Rio-2016

Scheidt fecha 1º dia da vela em 7º na Laser e lamenta por não ter cumprido meta

O velejador Robert Scheidt, de 43 anos, começou mal o primeiro dia de regatas da classe Laser, com um 23º lugar, bem abaixo da meta que ele mesmo havia traçado – permanecer entre os dez primeiros. O maior medalhista olímpico brasileiro, no entanto, se recuperou e ganhou a segunda regata, terminando em sétimo lugar no geral. Também foi essa a posição do windsurfista Ricardo Winicki, o Bimba. Coube a Patrícia Freitas, da RS:X feminino, a melhor colocação entre os brasileiros: sexto lugar. Fernanda Decnop, da Laser radial, ficou em 15.º.

Os atletas enfrentaram dia de ventos moderados, sem correntes muito fortes. “Foram boa provas, bem técnicas. Uma parte do percurso estava muito perto de Niterói e por isso começou com vento variando muito. Faz parte do jogo. Já sabia que as condições da baía seriam bem variáveis”, afirmou Scheidt, que competiu na raia Escola Naval.

“Na segunda regata conseguir largar melhor, ficar junto com os principais adversários, ver uma pequena vantagem. Gostaria de ter tido duas regatas entre os 10 primeiros hoje. A primeira foi um pouco fora da meta. Mas o importante que reagi para a segunda”, disse.

Competindo com atletas bem mais novos, Scheidt disse que não sentiu diferença em relação aos oponentes. “A idade não vai ser fator negativo para mim. Estou bem fisicamente. Tem frente fria chegando na quarta-feira, será um dia desgastante. Estou pronto para o que vier”, ressaltou.

O croata Tonci Stipanovic terminou o dia em primeiro, depois de ganhar uma regata e fechar a segunda em quinto, com 6 pontos perdidos. O argentino Julio Alsogaray ficou em segundo, também com 6 pontos perdidos.

O dia também não foi bom para Gintare Scheidt, mulher do velejador brasileiro, que compete na Laser Radial. Ela terminou a primeira regata em segundo lugar, mas havia queimado a largada. Mesmo tendo vencido a segunda, terminou em 21º no geral. “Foi um dia muito ruim. Vou ficar mais cautelosa”, afirmou.

As regatas da RS:X (windsurfe) ocorreram com o Pão de Açúcar ao fundo, bem perto da Praia do Flamengo. Foi possível ouvir o calor da torcida. Amigos de Patrícia Freitas fizeram uma camiseta para ela com a inscrição “vai, Flower”. A família de Bimba também fez barulho e ele pôde ouvir, pela primeira vez, o som da torcida gritando seu nome.

Bimba teve um dia de largadas ruins, mas conseguiu equilibrar durante o decorrer das regatas. Ficou em 6º, 9º e 7º. Com o pior resultado descartado, terminou com 13 pontos perdidos. O britânico Nick Dempsey, bicampeão olímpico, dominou o dia: ganhou as duas primeiras, ficou em segundo na terceira. “Dempsey é muito constante. Começar uma Olimpíada assim mostra que ele está bem preparado”.

Patrícia Freitas ficou em 6º, 8º e 4º. “A gente teve muita sorte, foi um dia lindo, com ventos fortes, que eu gosto. Estar entres os dez é uma constância boa, garante uma posição entre as cinco primeiras”. A francesa Charline Picon fechou o dia em primeiro, com dois pontos perdidos, seguida da russa Stefanya Elfutina (-5 pontos) e a italiana Flavia Tartaglini (6 pontos perdidos).

Coube à italiana a única queixa sobre lixo na baía. Ela disse que terminou a primeira regata em 12º lugar porque encontrou galhos no seu caminho. Os demais atletas ouvidos pela reportagem do Estado elogiaram as condições do mar. “Eu queria poder pular do barco e nadar”, brincou a norte-americana Paige Railey, da Laser Radial. Dempsey classificou o mar desta segunda-feira como “incrível”. “Isso é muito bom para o Rio”, afirmou. A frente fria prevista para entrar na quarta-feira pode mudar esse quadro – vento e chuvas fortes acabam carregando lixo para a Baía de Guanabara.

Nesta terça-feira começam as regatas da classe Finn, em que compete o brasileiro Jorge Zarif. Haverá ainda mais três regatas de windsurfe e duas de Laser.

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