Preocupado com a possível retirada da classe Star do programa da vela na Olimpíada do Rio, em 2016, o velejador brasileiro Robert Scheidt explicou nesta terça-feira que será preciso fazer um grande lobby para reverter a recente decisão dos delegados do Congresso da Federação Internacional de Vela (Isaf), que votaram pela exclusão da modalidade. Ele próprio já começou esse trabalho, ao enviar uma carta ao presidente da entidade, Goran Peterson, para pedir uma revisão do caso.
“É um critério político, e o Brasil vai precisar fazer lobby para que essa decisão não seja confirmada. É importante lembrar que em 1997 a Star já tinha sido excluída, mas voltaram atrás”, afirmou Scheidt, que é o atual vice-campeão olímpico da classe, depois da prata conquistada nos Jogos de Pequim, em 2008, ao lado do proeiro Bruno Prada.
O Congresso da Isaf fará uma nova reunião em maio, quando Scheidt espera que a decisão de excluir a Star do programa da Olimpíada do Rio seja revertida – para os Jogos de Londres, em 2012, a classe está garantida. Por isso, Scheidt pede que os atletas com visibilidade no esporte façam um “corpo a corpo” para conquistar votos entre os delegados da entidade.
A Star está no programa olímpico desde 1932 e deu as principais medalhas da vela brasileira – além da prata de Scheidt, são duas de ouro e duas de bronze conquistadas por Torben Grael. Mas estaria sendo excluída pela Isaf, para dar lugar a outra classe, por causa dos altos custos (o barco custa 50 mil euros) e da falta de representatividade em países da Ásia e Oceania.
Caso se confirme a exclusão da classe Star, Scheidt vai avaliar suas possibilidades para poder disputar a Olimpíada do Rio. Ele cogita voltar para a Laser, na qual se consagrou mundialmente, mas é provável que migre para a Finn. “A Finn é uma alternativa. Eu teria que ganhar muito peso, engordar 10kg, mas não é impossível”, revelou o velejador.