Em busca dos direitos de transmissão dos jogos do campeonato brasileiro de 2003, o SBT oficializou ontem sua proposta para o Clube dos 13. Durante reunião realizada em São Paulo, Guilherme Stoliar, gerente comercial da emissora, apresentou o projeto denominado Futebol S.A., uma empresa que trabalharia em sociedade com os clubes visando transformar o futebol brasileiro em um empreendimento, por meio da exploração das potencialidades comerciais que o esporte oferece. Cada parte envolvida teria direito a 50% das ações da empresa, cabendo aos clubes 70% do lucro alcançado.
Inicialmente, o investimento do SBT seria de R$ 200 milhões, quantia a ser paga parceladamente aos clubes. A Rede Globo, que por contrato tem a preferência para transmitir o campeonato brasileiro até 2005, e a Rede Record ofereceram R$ 150 milhões ao Clube dos 13 pelos direitos da competição.
“O SBT precisa primeiro nos apresentar o objeto da parceria. Não recebemos ainda o detalhamento da proposta, que no entanto é inovadora para os padrões do nosso País”, explicou Fábio Koff, presidente do Clube dos 13.
A emissora paulista propõe a venda dos direitos dos jogos para TV aberta e a criação do chamado Canal do Futebol, que distribuiria algumas partidas para operadoras que atuam no sistema pay per view. “Temos que explorar os mais de três milhões de assinantes que poderão pagar para ter o canal”, avalia Stoliar.
Segundo a proposta da Futebol S.A., os lucros viriam da venda de espaços publicitários no Canal do Futebol, da comercialização de placas de publicidade nos estádios, da venda de espaço para patrocínios nas camisas das maiores equipes e da venda de camisas, meias, bonés e chaveiros dos clubes. De acordo com Stoliar, a expectativa de receita é de R$ 500 milhões para o ano de 2005.
“Já ouvimos as três emissoras interessadas em transmitir o Brasileirão, mas admito que estamos próximos de fechar com a Globo. A decisão final será do plenário do Clube dos 13, mas a Globo conta com o direito de preferência e sempre terá a chance de cobrir propostas maiores que a sua”, explica Paulo Carneiro, presidente do Vitória (BA).