Saulo decide não mudar o Paraná Clube

As experiências não foram aprovadas. O técnico Saulo de Freitas bem que tentou armar uma nova estratégia para o jogo frente ao Internacional – amanhã, às 18h10, na Vila Capanema -, mas a produção não agradou. Assim, o Paraná Clube segue atuando no 4-4-2, com três novidades em relação à equipe da última jornada: Nem na zaga, Paulo Rodrigues na lateral-esquerda e Vandinho no ataque.

O treinador testou, ao longo da semana, a improvisação de Éverton como ala. Mesmo sem ter escalado um terceiro zagueiro, diante da característica do meia, Saulo fixou um dos volantes – no caso, Goiano – na defesa. ?Foi uma tentativa, mas não gostei muito. O Éverton não tem o perfil para buscar a linha de fundo e daí as jogadas não fluíram pelo lado esquerdo?, explicou.

Após dois jogos – e quase três semanas de treinamentos – Saulo de Freitas ainda tenta tornar o time mais audacioso, principalmente nas jogadas pelos flancos. ?Quero meus laterais agredindo mais?, avisou. Essa postura é imprescindível, na visão do treinador, diante de um adversário como o Internacional, que conta com muitos jogadores de bom porte físico. ?Trata-se de um time forte. Mesmo não tendo decolado neste Brasileiro, o Inter tem um dos elencos mais qualificados do País?, lembrou o técnico paranista.

Com a saída de Éverton e a ausência de Márcio Careca, suspenso, Paulo Rodrigues ganha nova oportunidade na lateral. ?Sei que o momento não é bom, mas agora é hora de esquecer o que já passou?, disse o ala. Na zaga, Saulo confirmou a volta de Nem à condição de titular. Daniel Marques não treinou durante a semana por conta de um torcicolo e acabou vetado pelo departamento médico.

Já no ataque, mesmo tendo deixado no ar a possibilidade de contar com Jefferson – único atacante do elenco com boa estatura para a exploração de jogadas aéreas -, o treinador vai apostar suas fichas em Vandinho. Com uma dupla rápida, espera envolver a marcação colorada com toque de bola e tabelas, a partir da sustentação do meio-de-campo, que terá a mesma formação da última jornada.

Batista se recuperou da contratura na panturrilha. Iniciou o coletivo entre os suplentes, mas logo voltou ao time titular. Com a confirmação do meia -independente do julgamento de seu caso na próxima terça-feira -, Adriano fica no banco de reservas. O STJD suspeita que o jogador esteja atuando de forma irregular, o que, se comprovado, determinaria a perda de 72 pontos. Independente desse quadro, Saulo de Freitas quer Batista – e o grupo ? focado exclusivamente no jogo, no Internacional.

Em forma, Nem está escalado

Foram quase quinze dias para um trabalho intenso, em busca do melhor condicionamento. ?Estou bem e pronto para ajudar?, garantiu o experiente zagueiro. Criticado nas últimas partidas em que atuou, Nem reconhece que em alguns momentos não conseguiu bom rendimento, devido ao condicionamento físico precário. ?Quando o Pintado chegou, tive algumas semanas para me preparar e acho que quando estreei fui bem. Só que depois sofri uma lesão?, lembrou Nem.

Assim que chegou, Saulo de Freitas tratou de escalar Nem como ?seu capitão?, apostando na experiência do zagueiro. Mas, frente ao Flamengo, o jogador sentiu o ritmo da partida e a falta de um melhor condicionamento. ?Conversei com o Saulo e optamos por um trabalho específico. Peguei firme com o Fabiano e agora me sinto bem melhor?, confirmou Nem.

O zagueiro treinou no time titular ao longo de toda a semana. ?Agora, espero dar a minha contribuição neste momento difícil. Temos muitas decisões pela frente?, disse Nem. Para o zagueiro, no passado o Paraná errou ao ficar projetando a necessidade de cinco vitórias. ?Não adianta. Temos é que pensar jogo a jogo. Decidimos a nossa vida frente ao Inter. O primeiro passo para virarmos esse jogo tem que ocorrer neste domingo.?

Sérgio Junqueira atirou pra todo lado, mas diz que se expressou mal

Foto: Anderson Tozato
Ex-ouvidor do Tricolor afirma que Miranda até o proibiu de levar novos sócios para o clube.

No início da semana, o ex-ouvidor do clube, Sérgio Junqueira, fez várias acusações contra a diretoria do Paraná Clube. Nas denúncias, chegou a rotular ex-presidentes de omissos. A reação dos ?cardeais? foi imediata e Junqueira procurou a reportagem do Paraná-Online para prestar esclarecimentos. ?Acho que me expressei mal. Nada tenho contra os ex-presidentes?, disse o conselheiro.

Confirmou que não quis insinuar suspeitas sobre comandos passados. Apenas citou que ao procurar informações precisas sobre anos anteriores, foi informado pela atual diretoria que documentos anteriores a 1997 foram ?queimados?. ?Acho isso um absurdo. Um clube como o Paraná deve prezar pela transparência?.

Ao invés de generalizar, desta vez Sérgio Junqueira deu nomes aos seus ?perseguidores?. Garantiu que seu trabalho sempre foi no sentido de proteger o patrimônio do clube. ?Lembro quando alguns conselheiros influentes tentavam impedir a realização de obras na Vila Capanema?, disse Junqueira. ?O Marinoni (Luís Carlos) e o Nóbrega (Márcio) defendiam a tese de que não podíamos colocar um tijolo no estádio enquanto o litígio com a Rede não fosse resolvido. Provei que estavam errados?, justificou.

O conselheiro disse ainda que sua postura sempre foi de trabalhar em defesa do associado, o que o colocou como um obstáculo para a atual gestão. ?Tudo começou lá atrás, na direção do Enio Ribeiro. Quando ele quis transformar quadras esportivas em estacionamento. Desde então, sou oposição?, lembrou. ?A ouvidoria e o conselho fiscal devem ter carta-branca para trabalhar, para investigar. E isso não ocorreu na gestão do Miranda. Sofri ameaças para me calar?, disparou. ?O Miranda até me proibiu de levar novos sócios para o clube?.

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