O reinado do japonês Kohei Uchimura continua. Com pontuação total de 92,365, o ginasta sagrou-se bicampeão olímpico nos Jogos do Rio depois de uma reviravolta nesta quarta-feira, na Arena Olímpica do Rio. A definição da cor da medalha do individual geral só veio na última apresentação em uma disputa emocionante, aparelho por aparelho, que deixou o público boquiaberto. Tudo apontava para uma vitória do ucraniano Oleg Verniaiev, mas ele teve de se contentar com a prata, com a soma 92,266. Os brasileiros Sérgio Sasaki (89,198) e Arthur Nory Mariano (87,331) ficaram em 9º e 17º, respectivamente.
Os donos da casa não tiveram a menor chance de brigar com os líderes. Em busca do bicampeonato olímpico, Uchimura encontrou um rival à altura pelo caminho e travou uma batalha particular com Verniaiev pela medalha de ouro. A fase classificatória, no sábado, já havia sido uma amostra da dificuldade que estava por vir, na qual o japonês somou 90,498 e ficou atrás de adversário – 91,964.
A disputa também contou com uma terceira força: o britânico Max Whitlock, que faturou o bronze. O campeão mundial no cavalo com alças aproveitou seu ponto forte para largar na frente. O japonês, entretanto, assumiu a ponta na segunda rotação. A vantagem não durou muito e Uchimura foi ultrapassado pelos dois adversários após uma série mediana nas argolas.
A regularidade de Verniaiev virou uma ameaça para Uchimura. E o ginasta da Ucrânia dificultou ainda mais com a nota 16,100 nas barras paralelas, aparelho que conquistou ouro no Mundial de Nanning-2014 e prata em Glasgow-2015. Na barra fixa, o japonês deu um show e ganhou mais 15,800. O ucraniano foi o último a se apresentar e tinha ao menos 14,899 como meta – nota mais baixa do que havia conseguido em todos os outros aparelhos. O suspense veio seguido de surpresa com a nota 14,800 de Verniaiev.
No Rio, Uchimura já tinha cumprido um de seus objetivos ao subir ao lugar mais alto do pódio com a equipe japonesa. Com sete medalhas olímpicas no currículo, sendo três de ouro, o “Superman” deve aumentar ainda mais sua coleção de conquistas nos próximos dias. O ginasta ficou fora da decisão apenas na barra fixa e disputará cinco das seis finais por aparelhos entre domingo e terça-feira.
O histórico de Uchimura também impressiona. Em Londres-2012, sagrou-se campeão do individual geral e faturou duas pratas (solo e equipes). Quatro anos antes, em Pequim-2008, foi vice com o conjunto japonês e também ficou em segundo lugar na prova dos ginastas mais completos do mundo. Além disso, o japonês ostenta a impressionante marca de seis títulos mundiais, o último conquistado em Glasgow.
O individual geral é competição que premia o atleta mais completo da ginástica. Cada um dos 24 finalistas disputa os seis aparelhos – solo, salto, cavalo com alças, barra fixa, barras paralelas e argolas. Os brasileiros começaram a disputa no cavalo com alças, aparelho que deixou Arthur Nory Mariano nas últimas posições depois de receber a nota 13,400. Já Sérgio Sasaki fez uma prova satisfatória, que lhe rendeu 14,766 de pontuação.
Seguiram para as argolas e mantiveram o padrão do aparelho anterior. Com 14,433, Sasaki teve um desempenho regular, enquanto Nory (14,133) ficou abaixo da média. No salto, Sasaki usou seu melhor aparelho para recuperar algumas posições, com a nota 15,200. Apesar de ter sido penalizado na chegada, Nory também evoluiu e fez 14,766. Os brasileiros foram para as barras paralelas com o objetivo de manter a crescente. E conseguiram em certa medida com 14,966 para Sasaki e 14,633 para Nory.
A ansiedade vinha atrapalhando Nory na barra fixa, mas o brasileiro conseguiu acertar a série e faturou a sua melhor nota: 15,266. Resultado que ajudou o ginasta a melhorar um pouco sua classificação geral. Sasaki também ficou satisfeito com sua apresentação e comemorou bastante na saída do aparelho. A nota 15,000 não foi bem recebida pelo público, que deu uma sonora vaia para os árbitros.
Por fim, a dupla brasileira se dirigiu para o solo. No último aparelho, Nory somou 15,133 e encerrou sua participação com o 17º lugar. Sasaki, por sua vez, comemorou muito os 14,833 pontos recebidos no solo, que lhe ajudaram a ficar na 9ª posição no individual geral – a melhor colocação de um ginasta brasileiro na Olimpíada.
O brasileiro Sérgio Sasaki colocou novamente o Brasil na elite da ginástica artística. Quatro anos antes, ele levou o País a uma final do individual geral pela primeira vez e terminou na 10ª posição em Londres-2012. Já Nory fez a sua primeira participação em Jogos Olímpicos. O resultado foi um pouco inferior ao 12º lugar alcançado no Mundial de Glasgow, em 2015. Vale lembrar que os Jogos Olímpicos ainda não acabaram para Nory, que se classificou para a final do solo, no domingo, na companhia do brasileiro Diego Hypolito.
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