São Paulo (ZDL) – A mais tradicional corrida de rua da América Latina está completando 80 anos de sucesso. E para comemorar essa data especial, a Corrida Internacional de São Silvestre vai distribuir R$ 100 mil em prêmios, R$ 10 mil a mais do que no ano passado. Hoje, 15 mil pessoas, entre elas alguns dos principais nomes do atletismo no Brasil e no mundo, vão participar da festa que começa e termina na Avenida Paulista, num total de 15 km pelas principais vias da capital.
A programação começa às 15h, com a largada dos corredores especiais. A prova feminina tem início às 15h15, enquanto a masculina começa às 17 horas. A Rede Globo e a TV Gazeta transmitem as duas provas ao vivo.
Pelo Brasil, na categoria masculina, o campeão do ano passado, Marilson Gomes dos Santos (Pão de Açúcar/BM&F), não vai tentar o bicampeonato em virtude de uma contusão. Mesmo assim, não faltam nomes de peso para manter o País no lugar mais alto do pódio.
Entre eles estão o paranaense Emerson Iser Bem, campeão da São Silvestre em 1997; Paulo Alves dos Santos, vencedor da Volta da Pampulha em 2002 e quarto na Meia Maratona do Rio deste ano, e Rômulo Wagner da Silva, vice-campeão no ano passado e um dos representantes brasileiros na maratona dos Jogos de Atenas. Atleta do Cruzeiro, Rômulo não terminou a prova na Grécia, mas tem no currículo resultados como o vice-campeonato na Maratona de São Paulo, também em 2003, além da terceira colocação na Maratona de Roterdã, na Holanda, já em 2004. A equipe mineira terá outros oito atletas na São Silvestre: Genilson Junio da Silva, campeão da Maratona de São Paulo 2003, William Gomes de Amorim, Valdenor Pereira dos Santos, Paulo Vítor Lunkes, Lindomar Modesto, o "Pantanal", Israel dos Anjos, Claudemir Cardoso e José do Nascimento.
Na prova feminina, uma das esperanças de pódio do Brasil chama-se Maria Zeferina Baldaia. Campeã em 2001, a atleta continua treinando no canavial de Sertãozinho, no interior de São Paulo, e vai levar para a São Silvestre não só todo o seu talento, mas também o seu carisma e as unhas pintadas. Além dela, estão confirmadas Maria do Carmo Arruda Guimarães, campeã da Maratona de São Paulo no ano passado; Marily dos Santos, quarta colocada na Volta da Pampulha 2004, e Adriana Aparecida da Silva, terceira na Meia Maratona do Rio, quinta na Volta da Pampulha, ambas em 2004, e sexta na edição passada da São Silvestre.
Para tirar o título do Brasil, mais uma vez o Quênia terá uma legião de corredores. O mais conhecido deles é Robert Cheruiyot, campeão da São Silvestre em 2002 e quarto colocado no ano passado. Além dele, estão confirmados Lawrence Kiprotich, vencedor da Volta da Pampulha 2004; Mathew Cheboi; Benso Cherono, nono colocado na São Silvestre do ano passado, Benson Barus Stephen Biwott e John Gwaco, tricampeão da Meia Maratona do Rio. No feminino, o favoritismo é de Lydia Cheromey, bicampeã da São Silvestre em 1999 e 2000 e a corredora mais rápida do mundo na distância em 2004. Completam o time queniano Teresia Kipchumba e Peninah Limakori.
Os R$ 100 mil em prêmios serão divididos igualmente entre as categorias masculina e feminina. Os campeões receberão R$ 21 mil. Os vice-campeões ficam com R$ 13 mil, os terceiros, com R$ 8 mil, quartos colocados, com R$ 5 mil e quintos colocados, R$ 3 mil. Todos os atletas que terminarem a prova receberão uma medalha comemorativa. Já os 80 primeiros colocados receberão medalhão especial, bem como os atletas que já tiverem completado 80 anos.
Rômulo é esperança brasileira na SS
Luís Fernando Tinoco
São Paulo (AE) – A maior esperança de nova vitória brasileira na São Silvestre é o paranaense Rômulo Wagner da Silva, de 27 anos. Segundo no ano passado, Rômulo disputou só duas provas em 2004: foi 3.º na Maratona de Roterdã, na Holanda e, em agosto, abandonou a Maratona Olímpica em Atenas no 25.º quilômetro, em razão do calor. Desde então, se dedicou totalmente à corrida desta tarde.
"No ano passado, corri acanhado, com um pouco de receio. Foi uma corrida cômoda nos 12 primeiros quilômetros e poderia ter saído um pouco mais forte. Agora não, vou meter a cara. Estou tranqüilo e pensando só em ganhar", diz o atleta de 1,81m e 64 quilos.
A preparação, segundo ele mais bem feita que em 2003, foi na cidade colombiana de Paipa, a 2.600m de altitude. "Para brigar de igual para igual com os quenianos, a única saída é treinar na altitude", afirma Rômulo. Os treinos na Colômbia, que duraram quase três meses, eram duas vezes ao dia, sete dias por semana. "Corri cerca de 180 km por semana. Treinar na altitude aumenta muito a hemoglobina do sangue, o que diminui o desgaste físico durante a prova."
A preparação em Paipa foi feita por Rômulo pela primeira vez em 2003 e o resultado foi que o atleta saltou da sétima colocação na São Silvestre de 2002 para a segunda no ano passado. Contente, Rômulo indicou o método para Vanderlei Cordeiro de Lima. Resultado: medalha de bronze em Atenas.
Além de Rômulo, outros brasileiros cotados são Paulo Alves dos Santos; Genílson Júnio da Silva, vencedor da Maratona de São Paulo em 2003, e Paulo Vítor Lunkes. A briga com a legião queniana promete ser boa. "Quando tinha o Paul Tergat era uma coisa. Agora, vários corredores têm condições de chegar em primeiro", diz Rômulo.