São Paulo vence e lidera o Grupo 3 da Libertadores

São Paulo (AE) – Sofrido, emocionante, brigado. Com todos os ingredientes de duelo Brasil x Argentina, somados a jogadores "acordados", elétricos, como exigia Leão, o São Paulo reencontrou o caminho das vitórias após três tropeços. Num Morumbi com bom público (38.703 pagantes), o time fez 3 a 1 no Quilmes e assumiu a liderança do Grupo 3 da Libertadores, com 8 pontos, graças ao empate da Universidad de Chile (7 pontos) com o Strongest (2), na Bolívia.

Nem bem entraram em campo, os jogadores sentiram o peso de disputar a Libertadores e o motivo pelo qual Leão não quer saber de festa. No centro da enorme bandeira aberta nas arquibancadas, um sutil e claro recado: "conquistar a América é preciso."

Utilizando a formação considerada ideal por ele, Leão queria presentear os exigentes torcedores. Mas apesar dos três zagueiros escalados, começou dando alguns sustos. E justamente em erros dos próprios são-paulinos. A linha burra fez jus ao nome em diversos momentos. Primeiro com Edcarlos dando condições de jogo, depois com Júnior. Lugano também falhou neste tipo de jogada. Por sorte, o auxiliar cometeu algumas falhas, anotando impedimento.

Mero detalhe. Em campo estavam Rogério Ceni, Cicinho, Júnior, Mineiro e Grafite, jogadores de olho em vaga na seleção brasileira para o amistoso do dia 27, provavelmente diante da África do Sul, no Pacaembu. Havia também um preciso Danilo, um inspirado e calibrado Tardelli e os cascudos Fabão, Lugano, Edcarlos e Josué.

E o clima de seleção, aliado a palavras do técnico Carlos Alberto Parreira, que prometeu convocar o lateral do momento no País, motivou Cicinho. O jogador, enfim, voltou a mostrar o que sabe. Tabelou, apoiou o ataque, finalizou e até marcou gol. A equipe, se não acompanhava seu ritmo, esforçava-se. E furou a barreira defensiva com Tardelli, aos 31 minutos. Aberta a porteira…

Não seria bem assim por causa da expulsão do guerreiro Grafite. Em casa, não aceitou novos insultos racistas. Passou a mão no rosto de Desabato após ser chamado de negro e acabou recebendo cartão vermelho. Sinal da cruz e desabafo. "Vieram me xingar e eu me protegi", disse. Sobre o que ouviu dos argentinos, diplomacia. "Não vou comentar para não dar ênfase." O jogador ficou quieto, mas no fim do jogo o zagueiro foi preso e levado ao 34.º DP para responder sobre atos racistas.

No segundo tempo, Danilo, recuperando-se de contusão no nariz e de tendinite no joelho esquerdo, provou porque é considerado fundamental por Leão. Deixou Tardelli livre, para ampliar: 2 a 0 aos 8 minutos. Ainda carimbaria a trave. Sossego? Ainda não. Aos 10 Rueda diminuiu.

Como é duro ver jogo fácil contra argentino. Bem postado, o São Paulo suportou a pressão e atacou. Mineiro, esperto, cava a falta. Rogério Ceni bateu e no rebote, Cicinho definiu.

Ficha Técnica

Gols: Diego Tardelli aos 31 minutos do primeiro tempo; Diego Tardelli aos 8, Rueda aos 10 e Cicinho aos 37 do segundo.

São Paulo: Rogério Ceni; Fabão, Edcarlos e Lugano; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo (Renan) e Júnior; Grafite e Diego Tardelli (Luizão). Técnico: Emerson Leão.

Quilmes: Pontirolli; Vivas, Alayes, Desabato e Saavedra; Almeyda (Benitez), Pérez, Arano e Caneo; Rueda (González) e Osorio (Sanchez). Técnico: Gustavo Alfaro.

Juiz: Martín Vásquez (URU).

Cartão amarelo: Vivas, Saavedra, González, Fabão, Josué e Danilo.

Cartão vermelho: Grafite e Arano.

Renda: R$ 643.312,00.

Público: 38.703 pagantes.

Local: Morumbi

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