A expectativa dos torcedores do São Paulo durou apenas 38 minutos. Quando o volante Hernanes abriu o placar no Morumbi, na vitória por 3 a 0 sobre o América, nesta quarta-feira (31), os mais de 60 mil pagantes que lotaram o estádio e os milhões de fãs pelo País puderam, enfim, iniciar a festa pelo quinto título brasileiro do clube – que se torna, de acordo com a CBF, o recordista de conquistas do Campeonato Brasileiro, pois também soma na sua galeria as taças de 1977, 1986, 1991 e 2006.
Além do título, o São Paulo está classificado para a Copa Libertadores, principal alvo do clube em 2008, e alcançou outra marca: o primeiro brasileiro a disputar o torneio continental por cinco anos consecutivos.
É certo que o clima de final que tomou conta das arquibancadas e a campanha impecável do time do técnico Muricy Ramalho – 22 vitórias e apenas 5 derrotas em 34 jogos – talvez merecessem um resultado ainda mais expressivo no jogo decisivo. Mas o triunfo incontestável sobre a pior equipe do Brasileiro foi mais do que suficiente para consolidar a supremacia são-paulina.
Embalado pela torcida, o São Paulo pressionou de todas as formas desde o início. Breno avançou pela direita e foi boa opção ofensiva. Mas o time se precipitou, e tentou resolver em lances individuais, sem sucesso, como nos lances do próprio Breno e de Hernanes.
Com seis homens no meio, ficou clara a proposta dos visitantes, de apenas explorarem os contra-ataques. A estratégia potiguar pelo menos dificultou as ações ofensivas dos são-paulinos, que tiveram nos escanteios cobrados por Jorge Wagner a melhor opção – no mais perigoso, a cabeçada de Richarlyson passou perto.
INICIATIVA – Já que estava difícil na troca de passes e os cruzamentos eram deficientes, Hernanes resolveu o problema, num chute forte, de longe. De fora da área, o volante acertou o canto direito do goleiro e inaugurou a comemoração.
Na etapa final, o América-RN só resistiu quatro minutos. Jorge Wagner, novamente destaque do time, cobrou escanteio na cabeça de Miranda, que ampliou.
A vantagem acalmou o São Paulo, que passou a tocar a bola. Diante da fragilidade do adversário, a partida seguiu sem sustos para os campeões – que quase viram Rogério Ceni marcar, em outra falta, defendida por Sérvulo. Numa trama perfeita, Souza, que substituiu Júnior, levantou para Dagoberto, que, de cabeça, fechou o placar.