O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, fez um pedido com ares de ordem aos jogadores do São Paulo, após a eliminação nas semifinais do Campeonato Paulista, diante do Corinthians. “Vamos dar a vida pela Libertadores”, afirmou o treinador.
Segundo ele, trata-se de uma retribuição ao apoio da torcida, que incentivou o time após a derrota deste domingo, cantando o hino do clube e gritando o nome dos jogadores. Emocionado, ele até quebrou um hábito, de não conversar com os jogadores nos vestiários.
“Não converso com os jogadores após um jogo porque estou de cabeça quente, eles também. Mas depois da atitude da torcida, tive que falar. O que eles fizeram foi brincadeira”, afirmou o técnico. “Cobrei dos jogadores que, o que eles receberam hoje (domingo), vão ter que dar em troca.”
Ao contrário do que se poderia imaginar, o técnico são-paulino, conhecido por entrevistas curtas e nem sempre educadas após as derrotas, estava sereno. Mostrou que confia no que seu time, apesar de um segundo tempo para se esquecer. “Pelo o que jogamos no primeiro tempo, mostramos que temos chance de vencer a Libertadores.”
A competição continental, portanto, voltou a ser bradada no Morumbi como “prioridade”. Foi assim no início do ano, quando o São Paulo havia recém rompido com a Federação Paulista de Futebol. O presidente Juvenal Juvêncio disse, até mesmo, que gostaria de colocar o time júnior para jogar o torneio. Mas o discurso caiu por terra assim que a semifinal com o Corinthians chegou. Vencer o rival e ir à decisão seria uma maneira de peitar a FPF. Muricy deixou claro que houve uma mudança de conduta no transcorrer dos meses. “Essa história de prioridade é muito legal antes do início da competição. Mas quando a começa, existe a cobrança pela vitória”, declarou.