Afundado na zona de rebaixamento no Brasileirão, o São Paulo esquece um pouco seu drama regional e tenta recuperar a autoestima na Alemanha. Não que vá ter vida mais fácil em solo europeu. Pelo contrário: pega ninguém menos que o Bayern de Munique, atual campeão europeu e apontado como melhor time do mundo no momento, em sua estreia nesta quarta-feira no torneio amistoso chamado Copa Audi. Mas o fato de sair um pouco do Brasil e “esquecer” a complicada situação que vive no campeonato doméstico é apontado como algo positivo pelos são-paulinos.
Não bastassem os 12 jogos sem vitória – pior marca da história do clube – e o desafio de enfrentar um gigante europeu, o São Paulo vai a campo desgastado fisicamente por causa da longa viagem e do pouco tempo para treinar e se adaptar ao fuso (desembarcou na terça-feira na Alemanha). “É um prazer para o São Paulo estar envolvido em uma competição top como essa. Nos últimos 15 dias tivemos de realizar cinco jogos, mas estamos muito motivados para mostrar um pouco do que o futebol brasileiro tem de positivo”, disse o técnico Paulo Autuori.
A principal preocupação é fazer bom papel fora do País e não prorrogar a fase instável com uma goleada acachapante diante dos alemães. O aspecto emocional dos atletas melhorou após o empate contra o Corinthians no último domingo, que pôs fim a uma série de oito derrotas seguidas, e ninguém quer voltar ao Brasil acumulando vexames. Por isso, o grupo são-paulino fala até mesmo em vencer o poderoso rival de Munique nesta quarta-feira.
“Futebol não tem momento. Todo mundo pensava que o Borussia não ganhava do Bayern (na final da Supercopa da Alemanha, vencida pela equipe de Dortmund no último sábado). Vamos tentar não só o resultado, mas algo que a gente possa levar também para o restante do ano. Isso vai ser o mais importante para nós”, ponderou o goleiro e capitão Rogério Ceni.
Sem contar com o atacante Luis Fabiano, que nem sequer viajou para a Alemanha após sofrer uma contusão, Autuori deve promover a entrada de Aloísio no ataque e praticamente repetir a escalação utilizada contra o Corinthians, com três volantes e apenas o meia Jadson na criação. Fabrício, um dos grandes destaques do clássico, deve ser utilizado mais uma vez como titular para ganhar ritmo.
VITRINE – Mas não é apenas o desejo de recuperar o São Paulo que move alguns jogadores no início da excursão europeia. Disputar um torneio contra alguns dos principais times do mundo pode atrair o interesse de grandes clubes europeus.
“Nesses campeonatos têm sempre alguém grande de olho, por isso temos que estar preparados”, admitiu o meia Paulo Henrique Ganso, que deve ser apenas opção para o banco de reservas nesta quarta-feira. Alguns nomes como o volante Wellington e o atacante Osvaldo já foram sondados no passado, mas os negócios não se concretizaram.