Quilmes, Argentina – De um lado um time acuado, desacostumado a jogar em campos grandes e sem poder colocar em prática a sua única jogada, a bola aérea para os atacantes. De outro, um time revigorado, com mais preparo físico, jogando em seu campo, incentivado pela sua torcida e com mais força de ataque. Este é o plano de jogo que o São Paulo espera colocar em prática no dia 19 de julho, no Morumbi, para eliminar o Estudiantes de La Plata e seguir em frente na Libertadores.
Falta só combinar com o adversário, diria Garrincha. E fazer com que a ausência de Lugano e André Dias não seja aproveitada pelo Estudiantes. Mesmo assim, o ambiente era de otimismo após a derrota por 1×0 na quarta-feira em Quilmes, a 20 quilômetros de Buenos Aires. "Um a zero só dá para tirar", foi a análise sucinta de Muricy, que irritou-se com a reportagem ao ser lembrado que poderia ter três novos atacantes – Ricardo Oliveira, Thiago Ribeiro e Leandro – para o jogo decisivo. "Então, tá. Vou escalar esses três e mais dois e atacamos com cinco", disse, com ironia, talvez esquecendo-se da importância de novas opções de ataque no banco. Principalmente em um time que marcou apenas 15 gols em nove jogos na Libertadores.
Talvez a resposta seja uma forma de não transparecer preocupação. A mesma preocupação que atinge pessoas ligadas a ele, que falam sob garantia de sigilo. "O Aloísio foi sensacional, sofreu muitas faltas, segurou o jogo, mas ele chuta muito pouco. O time precisa de gente que chute."
Para resolver esse problema, a parada de dois meses e dez dias pode ajudar muito, apesar da opinião de Muricy, que gostaria da decisão já na semana que vem, para "manter o clima de mata-mata" Outras pessoas pensam que o jogo em julho pode ser bom para o São Paulo.
Como o superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha. "Vamos poder nos recuperar fisicamente com duas semanas de descanso durante a Copa e será possível voltar com mais força sobre o Estudiantes. Eles são um adversário difícil, mas, em melhor forma física, poderemos pressionar bastante." O Morumbi é outra arma poderosa no entender dos são-paulinos. "Lá, é difícil eles manterem esse esquema de cruzar bola alta o tempo todo. O campo é maior e esse tipo de trabalho fica complicado", diz Muricy.
Fabão concorda. "A gente sabia direitinho como eles jogariam aqui na casa deles. Por isso, treinamos bastante cabeçadas na terça-feira. Lá no Morumbi será mais fácil." Também, pela presença da torcida. "Nós vamos jogar com mais de 60 mil pessoas nos apoiando. Isso é muito importante", diz Marco Aurélio Cunha. Muricy concorda. "A torcida ajuda muito. Cada um que vai ao campo já é uma força. Mesmo aqui, em Quilmes, a gente tinha pouca torcida, mas foi legal escutar os gritos a nosso favor."