São Paulo – O São Paulo queria enfrentar o Vélez Sarsfield, e não o Chivas, nas semifinais da Libertadores. Dirigentes, comissão técnica e jogadores preferiam o time argentino, mesmo tendo de decidir a vaga fora de casa, a ter de encarar uma viagem de no mínimo 11 horas até Guadalajara, palco do primeiro jogo contra o Chivas, na quarta-feira. O segundo jogo será no Morumbi, no dia 2 de agosto.
Com a classificação do Chivas, o São Paulo arriscará sua condição de líder do Brasileirão ao ter de entrar amanhã com um time reserva contra a Ponte Preta, em Campinas. O único titular em campo será o goleiro Rogério Ceni. Os demais jogadores serão poupados. ?A viagem é muito desgastante, dura mais de 11 horas. Não posso colocar os jogadores para jogarem à tarde e depois viajarem à noite?, justificou o técnico Muricy Ramalho.
O maior problema é que o vôo nem está garantido ainda. A diretoria tenta arranjar vagas para toda a delegação (são mais de 30 pessoas) para a noite de amanhã, mas está difícil. ?É época de férias por lá, estão todos viajando?, disse Muricy, que, como jogador, atuou no México na década de 70.
Uma alternativa é viajar para os Estados Unidos e depois ir para o México. Fretar um avião particular está fora de cogitação. ?Pediram US$ 400 mil (R$ 875 mil) por um fretado. Isso é um absurdo?, reclamou um diretor. Em último caso, o grupo viajará dividido – uma parte vai amanhã e a outra na segunda-feira. Guadalajara fica 1.600m acima do nível do mar. Além das condições adversas de vôos e altitude, Muricy considera o time do Chivas muito melhor que o do Vélez: ?O Chivas tem um grupo muito forte, com os melhores jogadores mexicanos.?
Muricy afasta qualquer sentimento de revanche. Na 1.ª fase, o Chivas venceu duas vezes o São Paulo, ambas por 2 a 1 e de virada. ?O bom é que a gente já conhece bem o time deles?, comentou o treinador, que destacou o atacante Bautista como o melhor jogador do Chivas. ?Ele é inteligente e ousado.?
Muricy aposta no jogo de ida: ?O melhor é tentar o resultado lá. Em casa, eles se abrem mais. Na 1.ª fase, tivemos mais chances de ganhar jogando no México do que no Morumbi?. E se irritou ontem com a quantidade de perguntas dos jornalistas sobre o Chivas. ?Quero falar da Ponte! Se me alongo aqui com o Chivas, depois vão dizer que esqueci da Ponte.?