Ney Franco foi demitido, Milton Cruz trabalhou interinamente, Paulo Autuori chegou, e os problemas do São Paulo continuam gritantes. Neste domingo, repetindo as mesmas falhas de sempre, a equipe tricolor foi batida pelo Vitória, por 3 a 2, em Salvador, de virada. Com isso, chegou a sete jogos oficiais sem vitória. Desde o fim da Copa das Confederações, foram quatro derrotas seguidas.

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No Barradão, pela oitava rodada do Brasileirão, o São Paulo até começou o jogo bem, mas sentiu o baque ao levar o empate e, logo depois, a virada. Rogério Ceni, que falhara no primeiro gol, marcou de falta, mas foi só questão de tempo para o Vitória voltar à frente. Maxi Biancucchi marcou duas vezes e, com seis no total, é o artilheiro do torneio. Pelo lado tricolor, sobram cartões. O expulso da tarde foi Wellington, sem menor motivo para reclamar.

Autuori terá que mostrar enorme competência para reverter o quadro no curto prazo. Quarta-feira o São Paulo enfrenta o Corinthians no Pacaembu precisando vencer para ficar com o título da Recopa. Pelo Brasileirão, o próximo jogo é sábado, contra o Cruzeiro, no Morumbi. Pelo menos por um mês, o treinador terá poucas chances de treinar a equipe. Nos próximos 27 dias serão nove jogos (um a cada três dias), além de viagens a Alemanha, Portugal e Japão.

A péssima fase é refletida na tabela, na qual o São Paulo aparece apenas na 12ª posição, com oito pontos em nove jogos. O Vitória, por outro lado, empolga a torcida. Com o triunfo deste domingo, subiu para a vice-liderança, com 13 pontos, atrás apenas do Coritiba. Assim, ganha moral para o Ba-Vi de domingo que vem.

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O JOGO – Mesmo sem ter conseguido treinar direito o time desde o que assumiu, na quinta, Paulo Autuori parecia ter mudado a forma de São Paulo jogar pelo que se viu no começo da partida. Durante 20 minutos, a equipe tricolor jogou muito bem no Barradão.

Com Ganso e Maicon na armação e os laterais Juan e Lucas Farias chegando regularmente ao ataque, o São Paulo fazia o papel de anfitrião e mandava no jogo. Osvaldo era o mais perigoso e aos 9 minutos entortou Victor Ramos e cruzou para Aloísio fazer 1 a 0.

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Apesar da boa atuação do atacante – que também levou perigo numa boa defesa de Wilson, aos 17 minutos – a principal qualidade do São Paulo era trabalhar bem a bola na frente da área. Mas foi num lance assim que o Vitória empatou. A jogada ia bem até Maicon ser desarmado. Rodrigo Caio não parou o contra-ataque baiano e a bola chegou até Dinei, nas costas de Lúcio, que estava bastante adiantado. O atacante fugiu de Edson Silva, aproveitou falha de Rogério Ceni, e mandou para as redes.

Sintoma de um time em crise, o São Paulo sentiu o baque do empate. E deixou o Vitória mandar no jogo. Num lance aos 26, Maxi ficou cara a cara com Rogério, mas não pegou bem na bola. Dois minutos depois ele teve outra chance quando Rodrigo Caio pisou na bola dentro da área. O argentino arriscou o chute, a bola desviou no volante e enganou o goleiro, indo direto para dentro do gol.

O jogo só não se transformou num passeio do Vitória já no primeiro tempo porque o São Paulo achou o empate. Aloísio foi derrubado na entrada da área e Rogério Ceni foi para cobrança. Encerrando um jejum de seis meses sem marcar de falta, o goleiro tricolor cobrou com perfeição, sobre a barreira, no canto esquerdo, longe do alcance de Wilson.

O Vitória ainda demoraria mais de 20 minutos para voltar à frente. No começo do segundo tempo, Renato Cajá perdeu duas grandes chances. Aos 3, Maxi cruzou, a zaga não cortou, e o meia errou o chute a dois passos do gol vazio. Aos 6, perdeu pênalti cometido de forma infantil por Wellington, que atropelou Escudero quando este subia para tentar um cabeceio. Nas duas bolas, mandou por cima do travessão.

O gol era claramente questão de tempo apenas, e saiu aos 11. Renato Cajá deu um lençol de calcanhar em Juan, abriu na direita, e de lá veio o cruzamento para Maxi fazer o sexto gol dele no Brasileirão, isolando-se ainda mais na artilharia.

Quando tentou mexer no time, Autuori viu que o problema é grande. Olhou para o lado e acreditou que a melhor opção seria Fabrício, que estava afastado e não jogava há três meses. Depois trocou Maicon por Ademilson. Só não contava com mais uma demonstração da péssima fase que vive Wellington. O volante, que já tinha amarelo (por ter reclamado exageradamente do pênalti que cometeu), deu uma tesoura em Renato Cajá em cima da linha lateral e acabou expulso.

Se já não tinha condições de reagir no 11 contra 11, com um jogador a menos o São Paulo ficou completamente morto. Por 23 minutos, até o apito final, se preocupou apenas em não levar o quarto gol.

FICHA TÉCNICA:

VITÓRIA 3 X 2 SÃO PAULO

VITÓRIA – Wilson; Nino Paraíba, Victor Ramos, Gabriel Paulista e Danilo Tarracha; Michel, Luis Cáceres (Vander), Renato Cajá e Escudero (Gabriel Soares); Maxi Biancucchi e Dinei. Técnico – Caio Júnior.

SÃO PAULO – Rogério Ceni; Lucas Farias (Fabrício), Lúcio, Edson Silva e Juan; Wellington, Rodrigo Caio, Maicon (Ademilson) e Paulo Henrique Ganso; Osvaldo e Aloísio. Técnico – Paulo Autuori.

GOLS – Aloísio, aos 9, Dinei, aos 21, Maxi Biancucchi, as 29, e Rogério Ceni, aos 35 minutos do primeiro tempo; Maxi Biancucchi, aos 11 do segundo tempo.

ÁRBITRO – Francisco Carlos do Nascimento(Fifa-AL).

CARTÕES AMARELOS – Edson Silva, Osvaldo, Gabriel Soares e Escudero.

CARTÃO VERMELHO – Wellington.

RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Barradão, em Salvador (BA).