São Paulo – Pela primeira vez desde que assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro – na 17.ª rodada, depois de bater o Goiás, por 2 a 1 -, o São Paulo entra em campo pressionado: tem de derrotar o Figueirense, às 18h10, no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, para não deixar os rivais na luta pelo título se aproximarem (soma 60 pontos contra 56 do Internacional).
Para bater o time catarinense – que perdeu apenas duas vezes em 11 jogos em casa -, a equipe do Morumbi contará com a liderança do goleiro Rogério Ceni, em novo momento consagrador: completa 700 jogos pelo clube. ?O empate seria bom, não fossem as vitórias do Grêmio e do Inter, na quinta-feira?, ponderou Rogério. ?Precisamos ganhar, para pelo menos manter a vantagem de sete pontos na frente.?
Mesmo com o número expressivo de jogos no currículo, Rogério garante que novos recordes – tem 66 gols na carreira, o maior goleiro artilheiro da história – e marcas não modificam seus objetivos. ?Minha única meta é ser campeão brasileiro pelo São Paulo?, diz. ?Se até o fim do ano eu não fizer nenhum gol e formos campeões, estarei satisfeito.?
Elogiado por companheiros e pelo técnico Muricy Ramalho pela dedicação ao clube, já que é raro no Brasil um jogador defender o mesmo clube por tantos anos – estreou em 1994 -, Rogério não critica os que trocam de camisa. ?Falta estrutura dos clubes para manter os atletas e do país, que não oferece boas condições de vida?, diz.
O zagueiro Fabão está confirmado e o lateral-direito Ilsinho será a novidade.
Casa cheia
O Figueirense desafia o líder do Brasileirão com a casa cheia: os cerca de 20 mil ingressos praticamente se esgotaram na véspera do jogo. O melhor registro de público no estádio do Figueira é de 14.489 pagantes, na partida diante do Atlético-PR, que terminou 3 a 3.
Capitão faz contas pra conquista do Brasileirão
São Paulo – Rogério Ceni não quer saber de festa na partida de número 700 com a camisa do São Paulo, hoje em Floripa. Depois do treino de ontem de manhã, enquanto todos só falavam de mais essa expressiva marca, o goleiro foi na contramão. Não quis saber de cair no entusiasmo. E por um motivo muito simples: a acirrada disputa pelo título do Brasileirão.
?Sei que isso representa a história do clube, que vai ser legal para as crianças que vão acompanhar o São Paulo saberem que um jogador ficou tanto tempo, mas não quero deixar o foco escapar. Setenta e seis pontos. Esse é o ideal para não termos que depender de ninguém?, analisa. Seguindo as contas do capitão tricolor, restariam 16 pontos para garantir o tetra.
O que mais chamou a atenção mesmo foi a camiseta que o goleiro usava: branca, com as estampas 92, 93 e 05 no peito, em alusão aos três títulos mundiais conquistados pelo São Paulo. Cada número tinha a cor do adversário: Barcelona, Milan e Liverpool, respectivamente. ?Foi um presente de um amigo. Coincidência eu estar com ela?, disse.