Quando entrar em campo, o São Paulo vai confrontar a esperança de dias melhores com o fantasma de um dos causadores da crise da qual o time tenta se livrar. Foi justamente a eliminação vexatória na Copa Libertadores diante do Atlético Mineiro – rival desta quarta-feira, às 21h50, no estádio do Morumbi, pela 22.ª rodada – que desencadeou a série de eventos que culminaram no mergulho nas últimas posições no Campeonato Brasileiro.

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Ao perder do rival nas oitavas de final da competição, o time tricolor nunca mais foi o mesmo – dispensou sete jogadores, trocou de técnico duas vezes e só agora parece dar sinais consistentes de poder fugir do rebaixamento, fato que ainda assusta.

Mas como tudo na vida é uma questão de ponto de vista, o clima no clube raramente esteve tão bom nos últimos meses como acontece agora. Tudo porque o São Paulo engatou duas vitórias consecutivas e conseguiu escapar da zona de rebaixamento – é o 16.º, com 24 pontos. Se bater o Atlético chega à inédita marca de três triunfos em sequência no Brasileirão e pode terminar a rodada ainda mais distante da zona da degola, cenário impensável há poucos dias.

A expectativa é de bom público no Morumbi para empurrar a equipe. A torcida tem feito sua parte e ido em bom número e os jogadores reconhecem que a arquibancada tem feito sua parte; agora esperam retribuir e reverter o péssimo desempenho em casa no primeiro turno – foram nada menos que seis derrotas.

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O técnico Muricy Ramalho já determinou que somar pontos em casa será determinante para tirar o time da rabeira, discurso rapidamente absorvido pelo elenco. “Não podemos perder pontos no Morumbi porque ainda estamos muito perto da zona de rebaixamento. Temos que continuar batalhando, conquistando pontos, vitórias, para ter tranquilidade dentro da competição e, quem sabe, começar a pensar em algo melhor”, afirmou o centroavante Luis Fabiano.

E mesmo sendo de diferentes Estados, os oponentes desfrutam de uma rivalidade que caminhou durante a temporada. O confronto desta quarta será o sexto na temporada e até aqui o saldo é amplamente favorável aos mineiros: ganharam três – sendo duas nas oitavas de final da Libertadores, que sacramentaram a eliminação tricolor na competição. “Acompanhei esses jogos. Quando se trata dessa rivalidade ela vem naturalmente por serem tantos encontros no ano”, opinou o zagueiro Antonio Carlos, que ainda defendia o Botafogo durante a série de partidas.

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Dizer, no entanto, que os rivais são incapazes de proporcionar surpresas um ao outro seria equivocado. O São Paulo de Muricy Ramalho é bastante diferente do de Ney Franco e Paulo Autuori; a velocidade e o ataque explorando as pontas deram lugar a uma equipe mais forte defensivamente e que aposta na cadência de Jadson e Paulo Henrique Ganso para construir lances de maior profundidade. “Eu e o Jadson precisamos nos ajudar em campo, deixa pro Muricy resolver como vai fazer isso”, disse Ganso, que será mais uma vez titular.

Como Rafael Toloi cumpre suspensão pelo terceiro cartão amarelo, Rodrigo Caio mais uma vez volta à zaga ao lado de Antonio Carlos e Paulo Miranda ocupa a lateral direita. Outra novidade, esta por opção de Muricy Ramalho, é a entrada de Welliton no ataque; o jogador superou a concorrência com Aloísio e Osvaldo e se garantiu ao lado de Luis Fabiano. Após chegar fora de forma do Grêmio, ele já perdeu 2,5kg e está perto de atingir sua melhor condição.