São Paulo marca dois gols contra, mas vence clássico

Diz o senso comum que não há hora melhor ou pior para vencer, mas se o São Paulo pudesse escolher um clássico para finalmente ganhar de um rival talvez tivesse sido mesmo o deste domingo, no Pacaembu, diante de maioria corintiana nas arquibancadas. A partida, das melhores deste Paulistão, teve cinco gols, sendo dois contra do mesmo jogador (Antônio Carlos), um golaço de Paulo Henrique Ganso, virada no placar e muita emoção. Pela maior disposição, o time de Muricy Ramalho mereceu o placar de 3 a 2 que o dá moral para a fase final e ainda colocou ainda mais em risco a classificação do rival para a próxima etapa do Estadual.

A vitória é a primeira do São Paulo sobre um dos seus três maiores rivais – Corinthians, Santos e Palmeiras – após 12 partidas de jejum. O último triunfo também havia sido contra a equipe do Parque São Jorge, na última rodada do longínquo Brasileirão de 2012.

Com a derrota, o Corinthians segue dependendo do São Paulo para avançar às quartas de final do Paulistão. Com 20 pontos, é terceiro do Grupo B e só pode alcançar o Ituano, segundo, com 22, e que pega a equipe tricolor no Morumbi, domingo. Mas o São Paulo precisa de pontos, para ter vantagem de jogar em casa em eventuais semifinal e final, e não pode sequer pensar em entregar a partida para prejudicar o rival.

De qualquer forma, o São Paulo já está classificado para as quartas de final. Com 24 pontos, lidera o Grupo A. O Penapolense, com 18, tem um jogo a menos e enfrenta o Audax ainda neste domingo. O time de Penápolis é o próximo adversário alvinegro, domingo. Guerrero, que sentiu a coxa no fim da partida e deixou o time com um a menos, preocupa.

O São Paulo tem seu próximo compromisso antes, na quarta-feira, quando vai até Alagoas para pegar o CSA, na estreia da Copa do Brasil. Alexandre Pato vai estrear pelo novo clube.

O JOGO – Enquanto Mano Menezes montou a equipe com três volantes e sem Jadson, barrado por contrato, Muricy tinha um meio-campo com três jogadores com características ofensivas. O cenário era claro, com o São Paulo buscando o gol e o Corinthians apostando no contra-ataque.

E foi assim desde os primeiros minutos. O São Paulo confiava em Osvaldo na ponta esquerda e o atacante criou duas boas chances, que acabaram dando em nada. Do outro lado, Rogério saiu bem para impediu um gol de cabeça de Renato Augusto após boa jogada de Guilherme pela direita.

Com 9 minutos, o jogo mudou. Após cobrança de escanteio, a bola passou por toda a defesa do São Paulo e caiu com Luciano, no lado esquerdo da área. O atacante, autor de quatro gols nos últimos dois jogos, chutou forte, cruzado, sem ter o gol como direção. Mas Antônio Carlos, na pequena área, espanou ao tentar o chutão e fez contra.

Na vantagem que queria, o Corinthians se fechou, a ponto de colocar todos seus homens dentro da área em cobranças de escanteio. E o São Paulo, com muito mais posse de bola, não sabia como fazê-la chegar com perigo nas proximidades de Cássio. Chance de gol, só numa, num chute errado de Luis Fabiano.

Mas aí surgiu Ganso. Aos 38 minutos, de forma inesperada, ele arriscou da entrada da área, de esquerda, e mandou no ângulo esquerdo de Cássio, que nada poderia fazer para impedir um golaço do meia. Pouco depois, Mano Menezes foi expulso por seguidas reclamações, apesar de o primeiro tempo não ter tido nenhum lance polêmico.

Na volta do intervalo, os dois times fizeram alterações. O São Paulo tinha Wellington no lugar do machucado Souza. Já o Corinthians passou a ter três atacantes, com Guerrero na vaga de Renato Augusto.

Quem marcou, porém, foi o São Paulo. Douglas fez boa jogada individual como armador, passou por três e tocou para Pabon. O colombiano rolou para Luis Fabiano marcar o nono gol dele, artilheiro do Paulistão. No jogo contra o Audax, na quarta, Pabon já havia dado duas assistências para o centroavante.

Da mesma forma que acertou no gol são-paulino, Douglas errou feio no corintiano. Ele teve mais um contra-ataque para puxar, com Pabon aberto pela direita, mas quis passar por todo o time alvinegro sozinho. Perdeu a bola e gerou o contra-ataque do outro lado. Guerrero recebeu pela esquerda e chutou rasteiro para o meio da área. Antônio Carlos, na corrida, mandou para dentro.

Com os dois times precisando vencer, o jogo ficou ainda mais aberto. O Corinthians até indicava, em alguns momentos, que não queria tanto o resultado, a ponto de Cássio receber amarelo por fazer cera. O São Paulo, diferentemente, queria muito ganhar. E ganhou. Aos 33 minutos, Osvaldo levantou na área e Rodrigo Caio, no segundo pau, subiu mais alto que o marcador para fazer de cabeça.

Depois de fazer três substituições, o Corinthians perdeu Guerrero, machucado. O jogador sentiu a coxa esquerda numa corrida, sozinho, desabou de dor no chão, e precisou ir para os vestiários carregado, sem conseguir colocar o pé no chão.

FICHA TÉCNICA:

CORINTHIANS 2 X 3 SÃO PAULO

CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Gil, Cleber e Uendel; Ralf, Bruno Henrique (Danilo), Guilherme e Renato Augusto (Guerrero); Romarinho (Emerson) e Luciano. Técnico – Mano Menezes.

SÃO PAULO – Rogério Ceni; Douglas, Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Alvaro Pereira; Souza (Wellington), Maicon, Ganso e Pabon; Osvaldo (Ademilson) e Luis Fabiano. Técnico – Muricy Ramalho.

GOLS – Antônio Carlos, contra, aos 9, e Ganso, aos 38 minutos do primeiro tempo; Luis Fabiano, aos 5, Antônio Carlos, contra, aos 14, e Rodrigo Caio, aos 33 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Luis Flávio de Oliveira.

CARTÕES AMARELOS – Danilo, Cássio, Luciano, Wellington, Antônio Carlos e Maicon.

RENDA – Não disponível

PÚBLICO – 29.119 pagantes.

LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

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