O maior obstáculo recente em Copas Libertadores é o que espera o São Paulo a partir desta quarta-feira, às 21h45, no estádio do Morumbi, na capital paulista. O primeiro encontro com o Atlético Mineiro pelas quartas de final faz o clube ter de superar o trauma das sete últimas eliminações no torneio, quando foi batido por equipes brasileiras.
Desde que foi campeão pela última vez, em 2005, sempre o São Paulo teve a campanha interrompida por rivais nacionais. Nestes sete fracassos, em cinco a equipe cometeu como principal falha não ter construído no jogo de ida, no Morumbi, a vantagem necessária para ter tranquilidade como visitante. “A nossa principal arma será a torcida, com 60 mil pessoas no estádio para empurrar o time. Estamos entre os oito melhores da América. É um orgulho. Então, temos de aproveitar”, afirmou o técnico argentino Edgardo Bauza. A venda de ingressos está esgotada desde domingo.
O técnico bicampeão da Libertadores foi contratado pelo São Paulo pela experiência no torneio. O currículo do argentino tem nas duas campanhas de título quatro eliminações sobre rivais brasileiros. Em 2008, a LDU, de Quito, bateu o favorito Fluminense no Maracanã na final. Em 2014, com o San Lorenzo, superou Botafogo, Grêmio e Cruzeiro antes de ser campeão.
Apesar desse retrospecto, Bauza prefere não diferenciar o confronto contra brasileiros de partidas contra adversários de outros países. “É indiferente. O que me preocupa é ser o time bom, como é o Atlético, mais do ser quer do Brasil. Quem quer chegar até uma final, não pode pensar de qual país é”, explicou.
Os tropeços do São Paulo contra rivais brasileiros se estendem também para outras competições. Nos últimos 15 torneios continentais disputados pelo clube, foram 10 eliminações “caseiras” entre Libertadores, Copa Sul-Americana e Recopa Sul-Americana.
Fora o histórico dos últimos anos, também pesa no confronto os números da atual temporada. A importância do bom resultado no Morumbi aumenta pelo jejum de vitórias do São Paulo fora de casa. Nesta temporada, a equipe não ganhou um jogo oficial sequer como visitante. A única vitória foi em um amistoso contra o Cerro Porteño, no Paraguai.
A garantia do estádio cheio servirá para amenizar dois possíveis desfalques importantes. Bauza confirmou que o meia Michel Bastos, com lesão na coxa direita, e o lateral-esquerdo chileno Mena, com problema no tornozelo, são dúvidas. Ambos vão fazer testes no vestiário para saber se terão condições.
A opção para substituir Michel Bastos é Wesley. Já no caso de Mena, a escolha recai para Matheus Reis, de 21 anos, e nenhum jogo disputado em 2016. “Matheus Reis tem treinado bem. Ele não pôde jogar antes porque não estava inscrito no Paulista”, explicou o técnico.
Bauza finalizou a preparação para a partida em um treino no fim da tarde desta terça-feira no Morumbi. Durante cerca de 1 hora e 20 minutos, o time trabalhou sem a presença dos jornalistas e sob os olhares da diretoria.
No Atlético, a principal baixa é o atacante Carlos. O substituto dele deve ser o equatoriano Cazares.