São Paulo e Palmeiras fazem neste domingo um jogo especial. No lado palmeirense, a partida pode representar um grande passo para se safar de vez do rebaixamento no Brasileirão. E no são-paulino, a não ser que o goleiro Rogério Ceni mude de ideia e desista da aposentadoria marcada para o fim deste ano, o clássico será o seu último no Morumbi – pode ser também decisivo para o time continuar sonhando com a conquista do título.
Um tropeço no clássico marcado para começar às 19h30 pode representar um prejuízo muito grande para os dois lados. No São Paulo, pode significar o fim da esperança de ultrapassar o líder Cruzeiro – em segundo lugar no campeonato, está quatro pontos do time mineiro (67 a 63). No Palmeiras, pode trazer de volta a ameaça real de rebaixamento.
O cenário não é exatamente o que o São Paulo esperava. O empate com o Inter no meio de semana, em confronto antecipado da 35ª rodada, jogou uma ducha de água fria nas pretensões da equipe em pressionar o Cruzeiro. Mas a vitória neste domingo pode colocar mais molho na disputa do título, em caso de tropeço cruzeirense diante do Santos. “Não vamos desistir, é hora de fazer nossa parte e esperar para ver o que acontece”, avisou o atacante Luis Fabiano.
Caso vença o Palmeiras, o São Paulo pode ficar a um ponto da liderança, dependendo do desempenho do Cruzeiro na Vila Belmiro. Será preciso, porém, fazer o dever de casa e bater o rival, que patina na classificação e se vê mais uma vez flertando com as últimas posições.
No Palmeiras, a surpreendente derrota no Pacaembu para os reservas do Atlético-MG por 2 a 0, na rodada passada, faz o time chegar com menos empolgação que o habitual. A distância para a zona de rebaixamento voltou a ficar pequena – apenas cinco pontos.
“A equipe vinha em ascensão, mas a impressão no jogo contra o Atlético é que a gente se encontrou no vestiário e foi jogar, sem nunca termos nos visto. Isso preocupou um pouco, mas nada que possa tirar o nosso foco para esse grande jogo”, assegurou o técnico Dorival Júnior.
REENCONTRO – Outro aditivo especial será o reencontro de Alan Kardec com o Palmeiras. Na primeira vez que enfrentou o ex-clube, o atacante foi o vilão e marcou o gol da vitória do São Paulo nos minutos finais do clássico no Pacaembu, pelo primeiro turno do Brasileirão. Apesar da saída turbulenta e das farpas disparadas pelo presidente palmeirense Paulo Nobre durante a negociação, o agora ídolo são-paulino é só elogios à antiga casa.
“Aquilo passou, o que tenho que falar é que tenho muito carinho pelo torcedor do Palmeiras, que sempre me acompanhou e me apoiou. Tenho eterna gratidão pelos momentos que passei lá, mas sou jogador do São Paulo e preciso pensar e me dedicar ao São Paulo”, explicou Alan Kardec.
Os palmeirenses não escondem a preocupação com o ex-companheiro. “O Alan Kardec tem muita qualidade, sabemos que não podemos vacilar com ele”, disse o lateral-esquerdo Victor Luis, que deve jogar como volante neste domingo.
Dono da vaga deixada por Alan Kardec, Henrique não tem decepcionado no Palmeiras. Pelo contrário. Ele começou a rodada como artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 15 gols, e parece ter feito o torcedor esquecer do antigo ídolo. Já fez gol contra Corinthians, Santos e São Paulo neste ano, o que lhe deu moral com os palmeirenses.
ESCALAÇÃO – Em relação aos times, o técnico Muricy Ramalho aposta na manutenção da formação que empatou com o Inter, quarta-feira, no Morumbi. Apesar de poder contar com o zagueiro Rafael Toloi e o atacante Alexandre Pato, ambos recuperados de problemas musculares, ele deve manter Paulo Miranda na zaga – além de já ter confirmado Luis Fabiano ao lado de Alan Kardec no ataque.
No Palmeiras, Dorival Júnior tem praticamente força máxima. O volante Wesley, por exemplo, está de volta, após cumprir suspensão contra o Atlético-MG. O problema é não contar com o meia Valdivia, que está na seleção chilena. Felipe Menezes e Mazinho lutam pela vaga do camisa 10 palmeirense.