Um encontro entre dois rivais do peso de São Paulo e Corinthians sempre é potencialmente explosivo. Mas o duelo desta quarta-feira, no Morumbi, a partir das 21h50, pela 25.ª rodada do Campeonato Brasileiro, tem elementos que transformam o quase sempre tenso clássico em uma bomba-relógio, pronta a explodir no colo do perdedor.
O jogo por si só já vale muito. Separados apenas por um ponto na tabela de classificação (44 a 43 para os tricolores), corintianos e são-paulinos enxergam no clássico a oportunidade de deixar um pouco mais longe da luta pelo título um adversário perigoso. Mas não é só por isso que a partida desta quarta tem um significado especial para os dois times.
O Corinthians entra em campo para enfrentar o rival que nos últimos encontros tem sido um grande freguês. De 2007 para cá, apenas uma vez o São Paulo saiu vencedor do embate – uma vitória, porém, que teve o especial sabor de acontecer no dia do 100.º gol do goleiro Rogério Ceni.
Para o time do Parque São Jorge, mais uma vitória sobre o arquirrival seria providencial. Ela pode ajudar o clube a estancar, pelo menos momentaneamente, uma crise que ameaça a cabeça do técnico Tite. Uma derrota no clássico só não derruba o treinador imediatamente justamente por causa da rivalidade acirrada entre os dois clubes – a diretoria do Corinthians não passaria o recibo aos são-paulinos demitindo seu treinador.
Já para o São Paulo, vencer o Corinthians é quase que uma questão de honra, bastante desgastada pelos 5 a 0 que levou no primeiro turno. Ninguém tem a coragem de admitir que a goleada está engasgada. O discurso ensaiado no CT do São Paulo é o de que o resultado do Pacaembu, há mais de dois meses, já ficou para trás e cada encontro entre times grandes nunca é igual ao anterior.
Mas o zagueiro Rhodolfo deixou escapar o sentimento que pode muito bem resumir o que os são-paulinos sentem. “Estou esperando esta partida faz tempo. Não é um jogo comum”.
Para o Corinthians, não bastassem as cobranças internas, ainda houve mais um elemento. A tensão ficou no ar nesta terça, com o protesto de torcedores. Sobrou para o zagueiro e capitão Chicão, que foi sacado do time titular. Por tudo isso, o clássico se tornou uma daquelas encruzilhadas. E só um dos caminhos leva o vencedor para o céu.