São Paulo e Boca Juniors começam a decidir Recopa

São Paulo – Se o calendário do futebol sul-americano fosse organizado, o duelo entre Boca Juniors e São Paulo, hoje às 22h, no Estádio La Bombonera, em Buenos Aires (na Argentina), seria extremamente valorizado. Afinal, estarão frente a frente os campeões das principais competições do continente de 2005 – os brasileiros, da Libertadores e os argentinos, da Copa Sul-Americana -, em busca do título da Recopa. Apesar de render taça ao ganhador – o jogo decisivo será no dia 14, no Morumbi -, a competição não desperta paixão nas equipes, mais interessadas nas respectivas competições nacionais e na premiação de US$ 300 mil (cerca de R$ 645 mil) dada pela Conmebol. Ainda assim, o montante é considerado insatisfatório.

?Vamos fazer o melhor e atuar com seriedade, mas é um título que não acrescenta muito para o meu currículo?, comentou o técnico Muricy Ramalho, que se irritou quando perguntado se trocaria o confronto por dias a mais para treinar o time, antes de pegar o Corinthians, domingo, pelo Brasileirão. ?Não vou dizer que o jogo não vale nada?, insistiu. ?Estava programado, temos de jogar.?

Força máxima

As exigências dos organizadores fazem com que Muricy Ramalho escale força máxima, mesmo com o risco de desgastar fisicamente o elenco, que, em seguida, terá outro jogo decisivo no torneio nacional: o Internacional, dia 17, no Morumbi. ?Não me preocupo, todos estão em boas condições?, garante Muricy. ?Trata-se de mais um desafio, e o time só ganha confiança vencendo jogos.?

Coragem

Atuar pela primeira vez no lendário campo do Boca Juniors e a pressão por enfrentar os argentinos são motivações extras. ?O Boca é tão grande quanto o São Paulo, mas não tememos ninguém?, afirmou o zagueiro Edcarlos. ?Estamos mais do que acostumados com qualquer tipo de pressão.?

O meia Lenílson ganha nova chance como titular e Danilo deve ir para a reserva. O lateral Júnior e o atacante Leandro, recuperando-se de lesões, nem viajaram para Buenos Aires.

Cartola tricolor quer mais dinheiro da TV

São Paulo – O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, quer impedir que o segundo jogo da Recopa contra o Boca, na próxima quinta-feira, no Morumbi, seja televisionado. Ele alega que a cota oferecida pelos organizadores do evento – US$ 300 mil, cerca de R$ 645 mil – é muito baixa. ?O ideal, ao meu ver, seria US$ 1,5 milhão (R$ 3,2 milhões)?, disse Juvenal. ?Já avisei ao presidente Nicolas Leóz, da Conmebol, que não permitiremos o televisionamento. Não somos obrigados a aceitar esses valores oferecidos?, emendou o dirigente.

A bronca é com a TyC (?Torneos y Competencias?), empresa argentina que negocia os direitos de imagem da Recopa. No Brasil, o primeiro jogo da final, em Buenos Aires, hoje, será exibido pelas TVs Record e ESPN Brasil (22h). O valor pago por essas emissoras não foi revelado. ?Essa empresa argentina negocia os valores pelo preço que bem entende. Esses intermediários ganham fortunas com o futebol e a gente, nada. Isso que eles querem pagar eu não aceito!?, reclamou o presidente tricolor.

Juvenal já conversou com o presidente do Boca Juniors, Mauricio Macri, sobre esse problema das cotas. O dirigente argentino concordou em alguns pontos com o são-paulino, mas foi bem menos radical e permitiu que o jogo em La Bombonera seja televisionado. ?O Macri também queria que a Recopa fosse disputada em um único jogo, nos Estados Unidos. Seria bem mais vantajoso para os dois clubes?, disse Juvenal. Em 2004, o próprio Boca e o peruano Cienciano disputaram a Recopa nesses moldes propostos por Juvenal, num jogo único, em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA). Cada clube ganhou US$ 1,5 milhão (R$ 3,2 milhões) pela participação.

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