Foto: Valquir Aureliano/Tribuna

Atacante com um pé no
Tricolor paulista, mas
diretorias negam tudo.

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Um acerto entre as diretorias de Atlético e São Paulo separa a transferência de Dagoberto para o Morumbi. Trata-se da parte mais complicada, mas só o fato de os dois clubes iniciarem negociação indica que o atacante deve mesmo afivelar as malas e mudar de ares.

Entre o jogador e o São Paulo está tudo certo, segundo um dos procuradores de Dagoberto, Marcos Malaquias. O empresário não confirmou se o atleta já teria firmado um pré-contrato com o clube do Morumbi, mas assegurou que, caso as duas diretorias se entendam, o acerto entre o jogador e o São Paulo será facilitado. ?As conversas estão bem alinhavadas. Depende agora das duas diretorias?, falou Malaquias, que disse também ter recebido sondagens do Internacional e do Corinthians.

A fase mais crítica da negociação poderia levar um contrapeso do Morumbi para a Baixada. Hoje a multa pela rescisão do contrato de Dagoberto é de R$ 16 milhões – e o São Paulo, até pela recente tradição de não pagar altos valores por novos reforços e preferir as vias judiciais, não cogita investir esta quantia.

Os clubes, que desde a final da Libertadores de 2005 não mantêm boa relação, pensam em incluir outros atletas no negócio. Mas há dificuldade: o atacante Lima, ex-Atlético, acertou com o Botafogo; o atacante Alex Dias já jogou mais de seis vezes pelo Brasileirão (por isso não pode transferir-se para outro clube da Série A); e o meia Rodrigo Fabri já teria sido descartado pelo Furacão. Uma alternativa seria um acordo para o fim do impasse judicial envolvendo o atacante Aloísio, que assim retornaria à Baixada.

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Outra hipótese para o clube paulista seria aguardar a cassação da antecipação de tutela que prorrogou o contrato de Dagoberto por mais 250 dias (ou até março de 2008). A Justiça do Trabalho só deve dar um novo parecer sobre o caso em outubro – se a decisão favorável ao Atlético for revogada, a multa rescisória do jogador cai para R$ 5,46 milhões.

As diretorias, por enquanto, nada falam. ?Desminto categoricamente?, falou à Tribuna o diretor Marco Aurélio Cunha, negando tanto o acerto salarial com o jogador quanto a negociação com o Rubro-Negro. ?Houve algum interesse há muito tempo atrás, mas hoje desconheço?, afirmou. O Atlético, por sua vez, diz apenas que busca em conjunto com os representantes do jogador uma solução para o rolo.

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Astral em alta no Rubro-Negro

Cauhê Miranda

A vitória contra a Ponte Preta deu ânimo renovado ao Atlético para o início do segundo turno do Brasileiro. Mas mesmo empolgado com a boa atuação da última quarta-feira, o elenco rubro-negro sabe que a situação ainda é crítica e que apenas com muita determinação o time vai conseguir deixar, definitivamente, a zona de rebaixamento para trás.

Os 3 a 0 diante da Ponte elevaram a auto-estima dos jogadores atleticanos, que se reapresentaram ontem, no CT do Caju. ?O astral já é outro. A gente fica ainda mais confiante para desempenhar um bom trabalho. A torcida também está confiando um pouco mais na gente. Vamos procurar jogar sempre com o mesmo espírito do jogo passado?, diz o volante Alan Bahia.

Os números explicam o alívio sentido pelos rubro-negros. O Atlético chegou aos 21 pontos, subiu três posições na tabela de classificação e tem uma partida a menos que os adversários diretos. ?Conseguimos terminar o primeiro turno fora da zona e com um jogo a menos, o que é muito importante?, comemora o técnico Vadão.

Para melhorar, pela primeira vez neste Brasileirão o Atlético poderá repetir o time titular em dois jogos consecutivos. Vadão ainda não confirma a equipe que vai enfrentar o Fluminense, amanhã, no Rio, na estréia do técnico Antônio Lopes no comando do tricolor. Mas a boa atuação contra a Ponte

deve garantir a vaga dos que começaram a partida da última quarta-feira, já que o time não tem nenhuma baixa por suspensão ou contusões. ?Vamos analisar

o Fluminense, porque o Lopes deve fazer algumas mudanças. Mas existe uma grande probabilidade de manter a mesma equipe?, afirma Vadão.

Porém, as boas notícias não iludem o grupo atleticano. Ao invés de prever um reinício, todos preferem dizer que a situação ainda é complicada e que a luta continua. ?Não podemos pensar em vida nova. Hoje nós estamos fora da zona de rebaixamento, mas com o mesmo número de pontos de uma equipe que está no grupo dos quatro últimos.

Da mesma forma que o Atlético teve vários insucessos seguidos, nós só vamos sair dessa situação se tivermos várias vitórias seguidas. Quem está nessa zona não pode vacilar?, alerta Vadão.