A política de contenção de gastos instalou-se definitivamente no Morumbi. O presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa, afirmou ontem que é impossível em 2003 o clube manter os gastos deste ano. “A gente vai receber bem menos dinheiro das televisões. Então, não tem outro jeito: vamos diminuiu o número de jogadores do elenco e, com isso, reduzir a folha de pagamento.” O São Paulo, em 2002, orgulhou-se de correr na contramão da história: enquanto todos apertaram os cintos, o clube fez a maior contratação do futebol brasileiro tirando o meia Ricardinho do Corinthians. “Nos próximos cinco anos não haverá nenhuma transação interna tão alta quanto a do Ricardinho”, vangloria-se o presidente, que se adianta logo aos oposicionistas, que vêm uma contradição no fato de em um momento gastar milhões em Ricardinho e no momento seguinte pregar a redução dos gastos.
“Nós montamos um grande time, que vai ser mantido e acredito que vai atingir um melhor nível em 2003. Vamos cortar as sobras, enxugar os excessos.” Por cortar gastos, e ele próprio deixa claro isso, entenda-se dispensar jogadores. “Se, por exemplo, temos 40 atletas hoje, vamos ficar com 26.” A previsão é de que já na segunda-feira comecem os cortes no Morumbi. Gouvêa afirmou ainda que o clube continua atrás de reforços, mas “dentro de uma nova realidade”. “Não vamos gastar o que não podemos pagar”, explica. “Pelos cinco meses do Brasileiro deste ano, a Globo pagou x, no ano que vem, por oito meses de competição, eles querem pagar menos do que pagaram em 2002.”