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Empréstimo de Ricardo Oliveira foi prorrogado até quinta-feira. |
São Paulo – O impasse entre São Paulo e Betis acabou e Ricardo Oliveira poderá enfrentar o Internacional, amanhã, no segundo jogo da final da Copa Libertadores. O contrato do centroavante foi prorrogado extraordinariamente até quinta-feira e sua inscrição já apareceu no BID – Boletim Diário Informativo – da CBF, ontem à noite.
A liberação do Betis ocorreu por intermédio da Conmebol e da Fifa. ?Tínhamos os pareceres favoráveis das duas instituições, de que não havia nada errado com nossa intenção de prorrogar por mais alguns dias o acordo?, explicou João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol. ?Não é um novo contrato, apenas a modificação de uma das cláusulas do compromisso.?
O próprio Ricardo Oliveira estava confiante de que poderia jogar contra o Internacional. O jogador se recusou a voltar para o Betis -os espanhóis exigiam sua presença em Sevilha no domingo -, na esperança de que a diretoria do São Paulo conseguisse a liberação.
Um dos principais argumentos dos dirigentes foi a mudança de datas promovida pela Conmebol, que adiou as finais da Libertadores em uma semana, pois o contrato com Ricardo Oliveira foi feito baseado nas datas da decisão do torneio continental.
Mistério
A escalação de Ricardo Oliveira diminui o clima de mistério que reina no São Paulo dois dias antes da decisão da Libertadores.
Na tentativa de surpreender o rival e esconder os detalhes da preparação do time, o técnico Muricy Ramalho só anunciará a escalação minutos antes de a equipe entrar em campo. Hoje de manhã, haverá um treino tático no CT da Barra Funda, mas a primeira hora será fechada para a imprensa.
E há outras preocupações. Na tentativa de evitar provocações dos torcedores gaúchos, a diretoria do São Paulo proibiu a divulgação do local da concentração do time e até o horário de chegada à capital gaúcha não está confirmado.
Os jogadores acataram as decisões, mas minimizam as medidas. ?Nada do que acontece fora de campo interfere lá dentro?, opinou o atacante Leandro. ?Nem sei o hotel em que vamos ficar, mas tendo uma cama para dormir e alguma coisa para comer, de manhã, tudo bem?, brincou.
Dúvidas
A ausência do volante Josué, suspenso por ter sido expulso no primeiro jogo da final, contribui para o ar de mistério de Muricy. ?Não temos outro jogador como ele no elenco?, lamentou o técnico, que deve dar uma chance a Richarlyson.
Bolívar se despede do Internacional amanhã
Porto Alegre – O zagueiro Bolívar deixará o Internacional depois de jogar a final da Libertadores, contra o tricolor paulista, amanhã. A assinatura de contrato com o Monaco foi confirmada ao final do treino de ontem pelo próprio jogador, que garantiu que a transferência não vai interferir na sua disposição de comemorar um título inédito no dia de seu aniversário. ?Eu já sei disso há muito tempo e nunca deixei de dar o máximo pelo Internacional?, comentou, lembrando que teve atuação elogiada na vitória por 2 a 1, na quarta-feira passada, no Morumbi e prometendo repetir a dose.
Enquanto Bolívar trata do assunto diretamente, outros jogadores que podem sair do clube gaúcho depois da decisão são mais reticentes.
O volante Tinga diz que a transferência para o futebol alemão é assunto encerrado. ?Não perdi o foco na Libertadores em nenhum momento?, assegura.
O lateral-esquerdo Jorge Wagner, que estaria indo para o Betis, da Espanha, tem postura semelhante.
?Estou concentrado no jogo desta quarta-feira.?
Para os supersticiosos, há uma má lembrança.
Na única vez que decidiu uma Libertadores, em 1980, o Internacional também tinha um jogador já negociado com o futebol europeu, o volante Falcão, e se deu mal, perdendo para a final para o Nacional, por 1 a 0, em Montevidéu.
Euforia
O Internacional se esforça para evitar que a euforia da torcida contamine o time.
Faz treinos secretos e cria mistérios que envolvem nomes e esquemas táticos até na simples escolha de um substituto para o volante Fabinho, suspenso.
Embaralhar
Na tentativa de embaralhar toda a escalação do time, o técnico Abel diz que só vai anunciar seus escolhidos na hora do jogo. Sua única dúvida, no entanto, é o substituto de Fabinho, expulso no primeiro confronto. A troca natural, por Wellington Monteiro, de características semelhantes, ganhou força no treino de domingo, mas não se sustentou ontem, quando o zagueiro Índio deixou de sentir dores no tornozelo e passou a ter chances de jogar como encarregado de anular Aloísio, que os colorados consideram até mais perigoso do que Ricardo Oliveira.