O São Paulo vai ter de digerir mais uma eliminação em 2018. Depois de cair nas semifinais no Campeonato Paulista, o time empatou por 2 a 2 com o Atlético Paranaense no Morumbi nesta quinta-feira e deu adeus à Copa do Brasil, o torneio que nunca venceu. Agora, as esperanças de título na temporada se restringem ao Campeonato Brasileiro – objetivo bastante difícil – e à Copa Sul-Americana, essa sim, a chance de levantar a taça. O jogo com o Rosario Central, no começo de maio, ganhou nova dimensão após a queda desta quinta.

continua após a publicidade

O técnico Diego Aguirre vai conviver com críticas nos próximos dias, a começar do final do jogo quando surgiram vaias. A defesa, setor que parecia ajustado, falhou bastante, especialmente no segundo tempo, quando o time paranaense dominou o jogo.

continua após a publicidade

Desde o início do jogo, o Atlético mostrou o traço característico dos times dirigidos por Fernando Diniz: a saída de jogo com a bola no chão. A virtude do time também foi seu ponto fraco. O São Paulo adiantou a marcação e conseguia roubar a bola perto do área do rival. O principal truque ofensivo do técnico Diego Aguirre – escalar Valdívia como atacante, dentro da área – também funcionou. Logo aos 5 minutos, Valdívia escorou o cruzamento de cabeça, mas Petros errou na finalização na marca do pênalti. Tudo foi facilitado pelos erros da passe da defesa do Atlético, que parecia nervosa, especialmente o goleiro Santos.

continua após a publicidade

O São Paulo fez bom primeiro tempo. Com a mobilidade de Liziero e Nenê no meio e os avanços de Régis pela direita e uma troca de passes mais acelerada que nos jogos anteriores, o time da casa conseguiu se impor.

Aos 25 minutos, o time apostou na figura de Valdívia como finalizador e conseguiu abrir o placar. O jogador recebeu belo passe de calcanhar de Nenê, girou em cima do zagueiro Thiago Heleno e chutou no ângulo. Foi seu terceiro gol na Copa do Brasil.

O São Paulo conseguiu o placar de que precisava para se classificar nove minutos depois. Aos 34, Nenê chutou de fora, a bola desviou e enganou o goleiro Santos: 2 a 0.

O Atlético não se desesperou e avançou suas peças. Defensivamente, o técnico Diego Aguirre havia deslocado Militão para o lado esquerdo para conter os avanços de Nikão. Assim, fechou uma importante porta ofensiva do time paranaense por quase todo o primeiro tempo. Quase. Foi por ali que Camacho avançou e cortou Liziero, que tocou a mão na bola na hora do carrinho. Aos 40 minutos, Guilherme empatou.

O panorama tático do segundo tempo se inverteu. Foi o Atlético que marcou a saída de bola do rival e fez aquele blitz, recuperando a bola com facilidade. O São Paulo não conseguiu jogar nos cinco minutos iniciais e sofreu o segundo gol. Pablo fez bela jogada pela direita e cruzou para Matheus Rosseto empatar.

O Atlético passou a mandar no jogo e poderia ter virado jogo, quando Carleto acertou bola na trave aos 10 minutos. O São Paulo demorou para se recuperar do baque. Aguirre trocou Tréllez por Diego Souza, que voltou a ser escalado como camisa 9, e colocou Cueva no lugar de Valdívia, que caiu de rendimento por questões físicas. Precisando de mais dois gols para se classificar, o time da casa se soltou. Aos 15 minutos, o goleiro Santos impediu gol certo de Nenê. A bola ia no ângulo. Foi a melhor chance de um ataque que ainda não se encontrou e ficou devendo mais uma vez.

SELEÇÃO – O técnico Tite esteve no Morumbi para acompanhar o jogo. Seu primeiro alvo era o zagueiro Rodrigo Caio. Curiosamente, o defensor vinha de duas partidas ruins, uma diante do próprio Atlético, no jogo de ida, e a outra com o Rosario Central, pela Copa Sul-Americana. O candidato a uma vaga na Copa da Rússia não comprometeu. Tite também deve ter prestado atenção em Diego Souza, que tem remotas chances de ser chamado. Ele entrou no segundo tempo no lugar de Tréllez, mas pouco fez. Provavelmente perdeu sua última chance de ir ao Mundial.

FICHA TÉCNICA:

SÃO PAULO 2 x 2 ATLÉTICO-PR

SÃO PAULO – Sidão, Militão, Arboleda e Rodrigo Caio; Régis, Jucilei, Petros (Lucas Fernandes), Valdívia (Cueva) e Liziero; Nenê e Tréllez (Diego Souza). Técnico: Diego Aguirre.

ATLÉTICO-PR – Santos, Paulo André, Pavez (Zé Ivaldo) e Thiago Heleno; Matheus Rossetto (Deivid), Camacho, Lucho González e Thiago Carleto; Guilherme (Ribamar), Nikão e Pablo. Técnico: Fernando Diniz.

GOLS – Valdívia, aos 25, Nenê, aos 34, e Guilherme (pênalti), aos 40 minutos do primeiro tempo. Matheus Rossetto, aos 6 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Lucho González e Pavez (Atlético-PR).

ÁRBITRO – Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)

RENDA – R$ 850.813,00.

PÚBLICO – 27.812 pagantes.

LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).