Nem sempre vencer significa a classificação. Mesmo ganhando do Fluminense, por 2 a 0, no ABC, ontem à noite, o São Caetano está eliminado do Campeonato Brasileiro. A vitória teve sabor de derrota, porque faltou ao Azulão mais um gol para descontar os 3 a 0 sofrido no Maracanã. O time carioca enfrenta o Corinthians nas semifinais, com o primeiro jogo no Rio e o segundo em São Paulo.

Precisando de três gols para continuar vivo no torneio, o time do ABC entrou em campo disposto a não dar espaços para o time carioca. O técnico Mário Sérgio voltou a “inventar” na escalação, deixando o time praticamente com dois zagueiros – Daniel e Dininho – protegidos por Iriney. As vezes até de maneira afoita, o time do ABC conseguiu impor seu ritmo de jogo, não permitindo que o Fluminense respirasse. Os cariocas pareciam atônitos, sem reação. O gol era uma questão de tempo. E saiu aos 15 minutos, quando Adhemar cobrou uma falta pelo lado direito do ataque, levantando a bola bem alta para o cabeceio de Daniel, que se antecipou à defesa.

O jogo continuou nervoso, só controlado com o uso de cartões e pela atuação do tranqüilo juiz Héber Roberto Lopes. O São Caetano continuou martelando na busca de mais gols, diante de um time todo na defesa, sem força e velocidade para puxar os contra-ataques.

Veio o segundo tempo e o segundo gol logo no início da etapa complementar. Na saída de bola, Robert entrou na grande área e recebeu o tranco por trás de Marcão: pênalti. Magrão cobrou com perfeição e ampliou a um minuto de jogo.

O que se viu depois foi apenas um time de azul em campo. As melhores chances, porém, saíram após os 30 minutos. Claudecir, Magrão e Adhemar ameaçaram com chutes fortes e cruzados. O matador Adhemar chutou seis faltas e acertou apenas uma no gol, defendida por Kléber. O volante Claudecir, numa cabeçada, quase fez o terceiro gol salvador. O Fluminense se fechou na defesa e o herói Magno Alves, que decidiu no Maracanã, só entrou aos 40 minutos no lugar de Roni.

No final do jogo, dois cenários diferentes. A torcida do Azulão xingou o técnico Mário Sérgio de burro, mesmo com o time mantendo a invencibilidade de 14 jogos – 12 vitórias e dois empates. A pequena e barulhenta torcida carioca cantou e vibrou com seus “heróis”. O técnico Renato Gaúcho, mais com pinta de galã do que de técnico, também apareceu no campo para festejar. Ele está suspenso e acompanhou a conquista numa cabine do estádio, enquanto o auxiliar Ricardo Rocha comandou o time em campo.

São Caetano 2 x 0 Fluminense

Local: Estádio Anacleto Campanella. Árbitro: Heber Roberto Lopes (PR). Gols: Daniel aos 15 minutos do 1.º tempo; Magrão, a 1 minuto do 2.º tempo. Cartões Amarelos: Claudecir, Anaílson, Dininho, Lúcio e Iriney (São Caetano); Augusto, Zada, César, Beto (Fluminense)

São Caetano: Sílvio Luís; Marlon (Mateus), Daniel, Dininho e Iriney; Magrão, Claudecir, Adãozinho e Anaílson (Lúcio); Robert e Adhemar. Técnico: Mário Sérgio.

Fluminense: Kléber; Flávio, César, Andrei e Marquinhos; Augusto Marcão, Zada (Carlos Alberto) e Beto; Roni (Magno Alves) e Romário. Técnico: Renato Gaúcho.

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