A vitória sofrida do time misto do Santos sobre o Princesa do Solimões por 2 a 1, na Arena Amazônia, em Manaus, nesta quinta-feira, embaralhou a noção de grandes e pequenos na Copa do Brasil. Dominado na etapa final, o time paulista vai ser obrigado a fazer o jogo de volta na próxima quinta, na Vila Belmiro. O empate teria sido mais justo.
O Princesa do Solimões entrou no primeiro torneio nacional de seus 42 anos de história com as pernas bambas por causa do peso da partida. Com 10 minutos, o Santos já vencia por 2 a 0. Só o primeiro deles foi mérito do ataque. Gabriel pegou um belo chute de primeira e, na comemoração, homenageou o cantor Jair Rodrigues, torcedor histórico do time que faleceu nesta quinta.
O segundo tento, quatro minutos depois, surgiu do nervosismo da defesa amazonense. O zagueiro Clayton He-Man tropeçou na bola e Alan Santos tocou no canto.
A facilidade com que o Santos construiu a vantagem deixou uma dúvida: a diferença do jogo estava no futebol mirrado do Princesa do Solimões ou o esquema do Santos com Lucas Lima como meia de criação funcionou perfeitamente? Um poucos dos dois.
Ao poupar cinco titulares (Cícero, Cicinho, David Braz, Thiago Ribeiro e Arouca), o técnico Oswaldo de Oliveira abriu espaço para experimentações. Os passes corretos e o voleio de Lucas Lima, aos 35 minutos, mostraram que o reserva merece ser mais aproveitado. Entre os titulares mantidos, Leandro Damião não desencantou. Mesmo diante de zagueiros nota 5, trombou, finalizou mal e continua sem marcar desde 30 de março, ainda no Campeonato Paulista.
Embora muito distantes tecnicamente, as duas equipes se igualaram nas divididas de arrepiar. Só no primeiro tempo, foram três cartões amarelos. Oswaldo de Oliveira perdeu as estribeiras e reclamou furiosamente com o quarto árbitro como se tivessem pisado no seu próprio calo.
Mas só o treinador estava exaltado. Com os 2 a 0, o Santos tirou o pé e pensou que estava na banguela. Errou feio. O técnico Marquinhos Pitter mexeu bem, aproximou os meias dos atacantes e pediu marcação na saída de bola santista. Deu tão certo que, aos 2 minutos do segundo tempo, Branco fez o primeiro gol em falha da zaga do time paulista.
A maré virou. Eram os santistas que davam chutões com as pernas bambas com o tamanho da pressão. O estreante Bruno Uvini caiu com cãibras aos 26 minutos por causa do esforço de correr atrás de Branco e Edinho. Além de mais organizado, o Princesa do Solimões tinha mais vontade, mais coração e mais pernas. Lucas Lima sumiu do jogo. O Santos colocou a culpa na temperatura e na umidade, mas estava, na verdade, apático e acuado em seu próprio campo.
Quem avançar do confronto enfrentará o Londrina, que passou pelo Barueri ao empatar por 3 a 3, também nesta quinta, na Arena Barueri, em Barueri (SP). O time paranaense avançou graças aos gols marcados fora de casa, já que no jogo de ida, em Londrina, os dois clubes empataram por 0 a 0.
FICHA TÉCNICA
PRINCESA DO SOLIMÕES 1 x 2 SANTOS
PRINCESA DO SOLIMÕES – Rascifran; Déurick, Clayton He-Man, Lídio e Alberto (Edinho Canutama); Amaral, Rondinelli, Michel e Fininho; Nando (Marinelson) e Branco (Delciney). Técnico: Marquinhos Piter.
SANTOS – Aranha; Bruno Peres, Bruno Uvini (Diego Cardoso), Jubal e Emerson; Alison, Alan Santos (Serginho), Geuvânio (Leandrinho) e Lucas Lima; Gabriel e Leandro Damião. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
GOLS – Gabriel, aos 5, e Alan Santos, aos 9 minutos do primeiro tempo; Branco, aos 2 minutos do segundo tempo;.
CARTÕES AMARELOS – Déurick, Rondinelli, Clayton He-Man e Amaral (Princesa do Solimões); Jubal e Alison (Santos).
ÁRBITRO – Caio Max Augusto Vieira (RN).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Arena Amazônia, em Manaus (AM).