O Paulista pode pagar pelo que não fez neste domingo, às 17 horas, contra o Santos, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, pela sétima rodada do Campeonato Paulista. É que Neymar vai entrar em campo disposto a se superar para apagar a impressão negativa que ficou de sua fraca atuação na derrota da seleção brasileira diante da Inglaterra, na última quarta-feira, em Londres.
Pode se repetir o que aconteceu após o fracasso brasileiro contra o México na decisão do ouro do futebol na Olimpíada do ano passado. Logo em seguida, Neymar teve participação discreta na vitória do Brasil contra a Suécia, em Estocolmo, e menos de 30 horas depois comandou o Santos contra o Figueirense, em Florianópolis, exibindo todo o seu talento apesar do cansaço em consequência do voo de 14 horas em um jatinho de luxo.
A vontade de Neymar de deixar no passado a falta de brilho do seu futebol contra a Inglaterra é tamanha que na última sexta, cinco horas depois do seu desembarque no Brasil, ele já estava em campo, no CT Rei Pelé, completando o time de reservas (mais Marcos Assunção e Edu Dracena) do Santos que enfrentou em jogo-treino o Jeonbuk Hyundai, da Coreia do Sul. E foram dele as jogadas mais bonitas e o gol no empate por 1 a 1.
“Neymar é assim mesmo. Tem jogador que no dia seguinte ao jogo está todo arrebentado. Ele tem desgaste muito alto nos jogos, mas se recupera rapidamente e no dia seguinte já quer participar até de treino em campo reduzido. Isso é dele. Deve ser genético. Tanto que nunca se machuca”, disse o técnico Muricy Ramalho.
O cenário será favorável para que Neymar volte a brilhar no retorno ao futebol caseiro porque além de o seu time ser o líder invicto do Campeonato Paulista, terá a estreia de Marcos Assunção, exímio cobrador de faltas, e as voltas de Edu Dracena, depois de quase sete meses parado por causa da cirurgia no joelho, Arouca (jogou pela seleção no meio da semana) e Montillo (atuou pela Argentina contra a Suécia, em Estocolmo). Esse é o melhor Santos do início da temporada.
Dos jogadores considerados titulares, vai ficar faltando apenas Léo. O lateral-esquerdo fez uma artroscopia no joelho direito no fim do ano passado, perdeu parte das férias para se dedicar ao tratamento de recuperação, mas ainda não se sente seguro para entrar em um jogo para valer, embora tenha até participado de treinos com bola.
A ausência de Léo não teria tanta importância se Guilherme Santos não comprometesse a defesa por falhar na marcação. Mas Muricy Ramalho prefere esperar um pouco mais. “Não quero o jogador para uma partida, mas para a temporada inteira”, ponderou o treinador.
Com a volta do capitão Edu Dracena, jogador considerado de grande importância por Muricy Ramalho, Neto vai para o banco de reservas com a certeza de ter aproveitado bem a oportunidade que recebeu e de que será sombra permanente para os zagueiros titulares, já que tanto joga pela direita como pela esquerda.
A dúvida era quem perderia o lugar no time para a entrada de Marcos Assunção. Inicialmente o técnico pensou em poupar Cícero, que por se um jogador de defesa, meio e ataque se desgasta muito e já apresenta sinais de fadiga muscular, mas desistiu da ideia.
Como não haverá jogo na próxima quarta, o descanso do ex-são-paulino foi adiado e quem vai folgar no fim de semana é Renê Júnior, que se destaca pela marcação. E não vai fazer falta porque o Paulista marcou apenas quatro gols em seis jogos.