São Paulo (AE) – O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, disse nesta sexta-feira que não pretende pedir a anulação da partida de ontem, contra o Corinthians – o jogo remarcado pelo STJD por conta do escândalo da arbitragem – e que foi encerrado antes do final por falta de segurança. Mesmo se dizendo revoltado com a atuação do árbitro Cleber Wellington Abade, o dirigente disse que vai concentrar os esforços na briga pela suspensão da decisão do tribunal que anulou os 11 jogos apitados pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho.
O dirigente disse que vai manter o recurso impetrado em conjunto com mais quatro clubes – Inter, Cruzeiro, Figueirense e Ponte Preta – e espera uma decisão urgente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Teixeira concluiu que se conseguir suspender a anulação dos 11 jogos, a partida de ontem, na Vila Belmiro, perde qualquer efeito prático.
A possibilidade de recorrer à Justiça Comum foi discutida ontem pela diretoria do Santos, após a derrota por 3 a 2 para o Corinthians, num jogo bastante tumultuado. Torcedores invadiram o gramado e ameaçaram o trio de arbitragem de agressão. O diretor jurídico do Santos, Mário Mello, chegou a defender a tese de que o clube deveria abandonar o campeonato.
Hoje, ele desconversou quando perguntado a respeito, mas justificou a invasão do gramado pelos torcedores santistas. "Veja bem, todos nós santistas fomos para o estádio ontem, nos sentindo prejudicados. Quando saiu o pênalti (de Zé Elias em Nilmar) e o torcedor vislumbrou a possibilidade de perder o jogo aconteceu a revolta. Torcedor é assim mesmo. É paixão", justificou ele.
O diretor jurídico reclamou da atuação do árbitro Cléber Wellington Abade, que teria prejudicado o Santos no jogo de ontem. Mello, no entanto, não conseguiu sustentar a sua tese.
O Corinthians teve um pênalti claro não marcado a seu favor; o pênalti marcado em Nilmar que definiu o jogo, existiu de fato, como mostram imagens da tevê. Além disso, na jogada que resultou na expulsão de Carlos Alberto, o corintiano estava em posição legal quando recebeu a bola. Em seguida, por tentar ganhar tempo, Carlos Alberto foi derrubado e xingado pelo goleiro Saulo e só o corintiano foi expulso. Por fim, as imagens mostraram ainda que Giovanni e Zé Elias incitaram os torcedores a invadir o gramado.
VILA – A Vila Belmiro corre sério risco de não mais abrigar jogos do Santos neste campeonato. Também falando ao Sportv, o procurador geral do STJD, Paulo Marcos Schmitt revelou que ainda nesta sexta-feira deve encaminhar ao tribunal um pedido de interdição do estádio. A tabela prevê a partida de domingo, contra o Goiás, justamente para a Vila Belmiro.