O Santos já é o melhor paulista do Campeonato Brasileiro, superou a campanha de Muricy Ramalho (com Neymar e um time mais forte) na competição do ano passado e quer a vitória contra o Goiás, neste domingo, às 17 horas, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, para terminar a temporada em alta. Além disso, os jogadores querem deixar marcada positivamente a despedida de Claudinei Oliveira. Nesta segunda-feira, os dirigentes devem confirmar a contratação de Oswaldo de Oliveira para ser o técnico em 2014.
Edu Dracena, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, é o único desfalque. Em compensação estão de volta Arouca (cumpriu suspensão diante do Atlético Paranaense) e Alison (recuperado de lesão na coxa esquerda). No ataque, Claudinei Oliveira mantém Geuvânio e Thiago Ribeiro. Após a partida, os jogadores entram em férias, com retorno marcado para o dia 9 de janeiro, quando será iniciada a pré-temporada, no CT Rei Pelé.
Avisado de que não terá o contrato renovado, Claudinei Oliveira deixa o clube depois de 7 anos e 10 meses. Nesse período, trabalhou no departamento de marketing, administrou o setor de franquias das escolinhas Meninos da Vila e foi observador de jogadores até assumir o time sub-15, em 2009, tornando-se treinador vitorioso em todas as categorias.
“A sensação é de tristeza boa porque não deixo o Santos em razão de maus resultados, mas por causa de uma mudança de filosofia do clube. Saio pela porta da frente”, disse. O treinador lembrou ter recebido a primeira oportunidade da diretoria anterior e agradeceu a confiança que os atuais dirigentes tiveram no seu trabalho. “Sempre tive ao meu lado pessoas comprometidas com o sucesso do grupo. São pessoas que me ajudaram na formação do profissional que eu sou hoje”, afirmou.
O Santos termina 2013 sem a conquista de um título, o que não acontecia desde a posse do grupo de Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, em 2010. Mas tem muito a comemorar. Durante o ano, o clube passou por grandes transformações, a começar pela venda de Neymar, o principal jogador do futebol brasileiro e que era a sua referência, passando pela licença de um ano do presidente Laor, diante da ameaça da abertura do processo de impeachment contra ele, da troca da maioria dos integrantes do Comitê de Gestão, além de não ter conseguido o patrocínio master da camisa, uma importante receita.
O clube foi virado de cabeça para baixo e no futebol as consequências só não foram catastróficas graças ao surpreendente trabalho de Claudinei Oliveira. Mesmo com a diretoria procurando desesperadamente contratar um treinador de impacto, ele conseguiu, com a chegada de dois novos laterais, Cicinho e Mena, e do atacante Thiago Ribeiro reorganizar e dar um padrão de jogo à equipe. Teve a coragem de trocar Durval pelo jovem Gustavo Henrique, mais rápido e eficiente nas bolas altas, Renê Júnior por Alison, além de ter dado oportunidade a todos os campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano. Agora o Santos tem um time quase pronto, necessitando no máximo de dois reforços, principalmente para o ataque.
“Não fiz nenhum pedido à diretoria. Quando entrei na sala do superintendente (André Zanotta) foi para dizer que o nosso elenco não era ruim. E com as contratações pontuais que o clube fez, considero que o trabalho foi bem feito. Hoje é fácil falar que foi pouco (o que foi feito), mas quem olhar para trás e lembrar que assumi em meio a uma grande turbulência, verá que não foi”, finalizou Claudinei Oliveira.