Quito (AE) – A maldição da altitude continua. E, desta vez, a vítima tem tudo para ser o técnico Oswaldo de Oliveira. Se mesmo com as vitórias o treinador era vaiado, a derrota desta quinta-feira – 2 a 1 para a LDU, em Quito (2.800 m acima do nível do mar) – pode colocar ponto final na história de Oswaldo na Vila. O resultado coloca as duas equipes na segunda posição do Grupo 1, com 4 pontos – dois atrás do líder Danúbio (Uruguai). O Bolívar é o último, com 3. Domingo é o América na Vila, pelo Paulistão.
Neste jogo não demorou muito para se perceber que a missão em Quito seria das mais difíceis. No primeiro minuto, Palacios arriscou de fora e Mauro não segurou. No rebote, o goleiro trombou com Graziani para salvar.
O susto bastou para desestabilizar o Santos. O time ficou perdido. Arriscava sair da defesa só pelo lado esquerdo. Mas em vez da velocidade de Léo, o time se deparava com o burocrático Fernando Diniz – o quebra-galho de Oswaldo, um destro que tentava se virar na posição. Não daria certo. E não deu.
Antes, porém, a LDU fez o primeiro. Escanteio da esquerda, cabeceio de Espínola e Graziani, em cima da linha, empurrou para as redes – Flávio, ao lado de Mauro, acabou com a possibilidade de impedimento. Cinco minutos depois, os equatorianos ampliaram, aproveitando o capenga lado esquerdo do Santos. Tabelaram com liberdade dentro da área santista e Salas, de bico, fuzilou Mauro: 2 a 0.
Começava o drama santista, que antes do 15 minutos, teria de correr – e muito – atrás do resultado. Dava a impressão que seria um "chocolate" inesquecível. Porém, de uma hora para outra, o Santos mudou em campo. Os espaços começaram a aparecer no meio de defesa da LDU e, por duas vezes seguidas, Tcheco e Leonardo tiveram a chance de diminuir. O comodismo do adversário facilitou. Aos 26, Fernando Diniz cruzou (de pé direito) e Ricardinho, livre de marcação, cabeceou com perfeição para marcar.
O gol colocou o Santos novamente na partida. A LDU se assustou. Deixou de atacar para se defender. Um erro que poderia custar caro se Robinho e Deivid não estivessem tão apagados. Nos contra-ataques, os equatorianos continuavam perigosos. Aos 37, o velocíssimo Salas escapou de Ávalos e obrigou Mauro a fazer grande defesa. No minuto seguinte, Oswaldo de Oliveira foi expulso por reclamação.
O Santos continuou melhor no fim do primeiro tempo. Chegava com facilidade ao ataque, mas penava nas finalizações. Aos 42, Ricardinho apareceu livre e rolou para Deivid, travado na hora do chute. Aos 43, o camisa 9 chutou por cima mais uma chance de empate.
Na volta do intervalo, as equipes davam mostras de cansaço. Santos e LDU cozinharam os primeiros dez minutos. Tirando o chute perigoso de Robinho, antes do primeiro minuto, no vacilo do meio-de-campo equatoriano, Santos e LDU não produziram nada.
Aos 12, Mauro tratou de colocar fogo no jogo; não cortou o cruzamento de Salas e, na sobra, Tcheco se esticou todo para chegar antes da finalização de Palacios. O jogo voltou a ficar amarrado.
O placar de 2 a 1 parecia desagradar a LDU. O técnico Oblitas sacou um volante (Méndez) e colocou em campo o ‘interminável’ Alex Aguinaga. Pouco mudou. Aos 26, Basílio e Fábio Baiano entraram nos lugares de Fernando Diniz e Tcheco, respectivamente. Duas alterações que modificaram o Santos taticamente: do 3-5-2 para o 4-3-3, com o zagueiro Halisson como um lateral-esquerdo. Mas, ontem, nada seria capaz de reverter a situação do Santos na partida.
A partir desta sexta-feira, o time volta a pensar apenas no Campeonato Paulista – e na perseguição ao líder São Paulo. Domingo, além do América, adversário será o cansaço.
FICHA TÉCNICA
LDU 2 X 1 SANTOS
LDU: Mora; Reasco, Espínola, Espinoza e Ambrossi; Obregón, Méndez (Aguinaga), Urrutia e Palacios (Gonzalez); Salas (Murillo) e Graziani.
Técnico: Juan C. Oblitas
Santos: Mauro; Leonardo, Ávalos e Halisson; Flávio, R. Bóvio (Rossini), Tcheco (Fábio Baiano), Ricardinho e Fernando Diniz (Basílio); Robinho e Deivid. Técnico: Oswaldo de Oliveira
Gols: Graziani aos 8, Salas aos 13 e Ricardinho aos 26 minutos do 1º tempo
Juiz: Carlos Amarilla (PAR)
Cartões amarelos: Aguinaga e Mora
Público e renda: não divulgados
Local: Estádio Casa Blanca, em Quito (Equador)