O empate diante do Figueirense por 0 a 0 evidenciou como o Santos é refém da Vila Belmiro no Campeonato Brasileiro. No sexto empate fora de casa (nos outros jogos foram nove derrotas e uma vitória), a equipe teve pouca iniciativa, pecou na criação e não conseguiu impor seu jogo. Foi exatamente o oposto do time avassalador da Vila. Mesmo com a atuação mediana, o time se segura no G4, mas terá de torcer contra os rivais que jogam neste domingo, assim como o Palmeiras, que joga ainda neste sábado à noite, tem a chance de ultrapassá-lo.

continua após a publicidade

Depois de três jogos com o gramado encharcado, o técnico Dorival Junior foi obrigado a fazer três mudanças por questões físicas. A alteração mais sentida foi a de Ricardo Oliveira, artilheiro do Campeonato Brasileiro, que começou o jogo no banco de reservas.

Sem o camisa 9, o time perdeu um pouco da objetividade e do poder de finalização. Nilson, o substituto, só conseguiu fazer o papel de pivô poucas vezes. O Santos ficou com a bola, como de costume, mas foi lento e previsível e acabou surpreendido pela velocidade do time da casa.

Um passe errado já dava a chance imediata para um contra-ataque quase sempre bem construído pelo time da casa. O Figueirense estava mais aceso e dinâmico.

continua após a publicidade

Um exemplo dessa vulnerabilidade do Santos foi a sequência de duas defesas que o goleiro Vanderlei teve de fazer aos 19, salvando os chutes Yago e Dudu. Cinco minutos depois, Gustavo Henrique empurrou o mesmo Dudu dentro da área, mas o árbitro nada assinalou.

O Santos só conseguia equilibrar as ações ofensivas com as jogadas individuais de Lucas Lima, mas a marcação era implacável. No mau sentido. O meia foi caçado e sofreu pelo menos três faltas feias na etapa inicial. Assim, sempre interrompido, o Santos praticamente não finalizou no primeiro tempo. Os jogadores reclamaram de um pênalti em Geuvânio, mas Leandro Vuaden também deu de ombro.

continua após a publicidade

Em um jogo de pouca inspiração, mais dividido do que pensado, a melhor chance saiu depois de um chutão. Dudu dominou sozinho, mas deu um chute torto na hora da finalização. Chance rara desperdiçada.

Em apenas 20 segundos do segundo tempo, o Santos fez mais do que havia feito em toda a etapa inicial. Após grande jogada de Marquinhos Gabriel, Geuvânio finalizou bem, mas o goleiro Alex salvou.

Esse ataque contundente foi um pouco fora da curva. O time voltou a mostrar os problemas de falta de objetividade e também abusou dos erros de passe. Do ponto de vista técnico, o jogo também não foi memorável. Com tantos problemas, a partida ficou picada e sem fluência.

Dorival Junior perdeu a paciência e trocou o inexpressivo Nilson por Ricardo Oliveira. Depois decidiu avançar mais e trocou Geuvânio por Neto Berola. A expectativa de aumentar o poder ofensivo não foi confirmada.

Nem o goleador do Brasileirão teve uma tarde inspirada. As mudanças do Figueirense também “não mudaram a cotação do dólar”. Sempre entusiasmado, mas limitado tecnicamente, o time de Santa Catarina não merecia ter feito o gol. Jogo que nenhum dos dois mereceu ganhar.

FICHA TÉCNICA

FIGUEIRENSE 0 x 0 SANTOS

FIGUEIRENSE – Alex Muralha; Sueliton (Bruno), Bruno Alves, Thiago Heleno e Juninho; João Vitor (Marcão), Fabinho, Yago e Rafael Bastos (Thiago Santana); Carlos Alberto e Dudu. Técnico: Hudson Coutinho.

SANTOS – Vanderlei; Daniel Guedes, G. Henrique, Werley e Zeca; Ledesma (Léo), Renato, M. Gabriel e Lucas Lima; Geuvânio (Neto Berola) e Nilson (Ricardo Oliveira). Técnico: Dorival Junior.

CARTÕES AMARELOS – João Vitor, Dudu, Sueliton, Gustavo Henrique, Ledesma, Thiago Heleno e Fabinho.

RENDA – R$ 120.180,00.

PÚBLICO – 7.634 pagantes.

ÁRBITRO – Leandro Pedro Vuaden (RS).

LOCAL – Orlando Scarpelli, em Santa Catarina (SC).