Santos – Demorou mas, finalmente, o Santos encontrou o jogador com futebol e currículo para vestir a sua histórica camisa 10, tão maltratada nos últimos tempos. É Zé Roberto, que assinou contrato no início da tarde de ontem para ser a estrela do time operário de Vanderlei Luxemburgo.
Com 32 anos de idade, Zé Roberto, que também joga de volante e lateral-esquerdo, posição em que começou na Portuguesa de Desportos (1996), será apresentado à imprensa e à torcida santista, hoje, às 11h, na Vila Belmiro.
Para ter Zé Roberto o Santos não teve dó do dinheiro. Dobrou o salário de R$ 250 mil que o São Paulo oferecia, deu US$ 1 milhão de luvas, vai pagar o aluguel de um apartamento de alto padrão, na praia, onde o jogador vai morar com a família, e ainda se encarregará de trazer tudo o que ele tem na Alemanha.
Dívida de gratidão
Mesmo assim, não foi fácil fazer com que Zé Roberto desistisse da idéia de jogar no São Paulo, porque ele achava que tem uma dívida de gratidão com o clube do Morumbi, onde fez uma artroscopia no joelho direito, logo após a Copa, e todo o trabalho de recuperação.
Essa contratação teve gosto de revanche para o presidente Marcelo Teixeira, que ainda não estava conformado com a perda de Lenílson para o São Paulo, depois de o jogador ter acertado verbalmente com Luxemburgo a sua ida para a Vila Belmiro, antes do término do Campeonato Paulista. A história se repetiu quando os santistas tentaram contratar o atacante Dagoberto, que está em litígio com o Atlético-PR.
O São Paulo voltou a atravessar as negociações e o Santos acabou sendo esnobado pelo empresário do jogador. Desta vez, Teixeira entrou na briga para não perder e contou com a boa vontade do empresário do meia, Juan Figer, que representou o Real Madrid e Robinho na transferência do jogador para o clube espanhol.
Clubes travam ?guerrinha? particular
São Paulo – A contratação de Zé Roberto pode ser encarada como um ?troco? do Santos no São Paulo. ?Acho errado falar em ?troco?.
O que acontece é uma situação de mercado. Dois clubes se interessam por um jogador e ganha quem faz a oferta melhor. É simples assim?, diz Marco Aurélio Cunha.
Ano passado, Santos e São Paulo já haviam disputado o volante Tcheco. O Santos contratou, mas, diante das apresentações de Tcheco, nos quatro meses em que ele ficou na Vila Belmiro, não dá para dizer que o time da Baixada ?levou a melhor? no negócio.
Além do Santos, o São Paulo já havia travado – e vencido -batalhas com o Palmeiras por Richarlyson, Lima e Rodrigo Fabri. Em compensação, perdeu para o rival os laterais Amaral e Paulo Baier.
Segunda-feira, o time tricolor apresentou o zagueiro Miranda, dias depois de o Inter anunciar sua contratação. Miranda estava no Sochaux, da França.
Sobre a contratação de Amoroso pelo Corinthians, Marco Aurélio Cunha não perdeu a chance de ironizar o rival. ?Foi provado mais uma vez que o São Paulo está sempre um passo à frente do Corinthians.
A gente faz algo e, um dia depois, o Corinthians faz o mesmo?, disse o superintendente de futebol.
Tricolor na Recopa Sul-Americana
São Paulo – Campeão da Copa Libertadores no ano passado, o São Paulo decidirá em dois jogos de ida e volta o título da Recopa com o Boca Juniors, que faturou a Copa Sul-Americana. O primeiro jogo é quinta-feira, dia 7, em La Bombonera, com arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla. A partida de volta será no Morumbi, dia 14. O colombiano Oscar Ruiz será o juiz.
Para os dois jogos, o técnico Muricy Ramalho promete escalar o que tem de melhor. Ele até pensou em poupar alguns jogadores para a disputa do Brasileirão, mas depois mudou de idéia. ?Trata-se do São Paulo em uma competição internacional e, quando é assim, temos de ir com tudo?, diz Muricy.
O técnico só lamentou o fato de só poder inscrever 20 jogadores para os dois confrontos. ?Isso é uma vergonha. Com o calendário cheio que nós temos, o ideal seria inscrever pelo menos 25 atletas?, diz Muricy.
A Recopa é disputada – com os campeões de Libertadores e Sul-Americana – desde 2003, quando o Olimpia (Paraguai) foi campeão. Em 2004, deu Cienciano (Peru). Ano passado, o título ficou com o Boca.
Sampa pára no goleiro Albérico
São Paulo – Nem o mais pessimista são-paulino poderia imaginar noite tão ruim como a de ontem, no Morumbi. O time, apesar do empenho e das boas chances de gol criadas, não passou de empate por 1 a 1 diante do frágil Fortaleza, penúltimo colocado do Brasileirão, e deixou escapar a vitória num lance raro.
Rogério Ceni teve a seus pés a maior oportunidade de fazer 2 a 1 aos 49 minutos do segundo tempo, mas não aproveitou cobrança de pênalti. Bateu
no canto direito e viu o rival Albérico fazer excelente defesa. ?Cobrei mal?, afirmou o capitão tricolor, decepcionado. Albérico, de longe o melhor do jogo, saiu de campo como herói da equipe cearense.
O tropeço, como não poderia deixar de ser, foi lamentado pelo São Paulo. Embora tenha boa vantagem na liderança – 39 pontos contra 35 dos vice-líderes Santos e Grêmio -, o time paulista viu escapar 2 pontos que podem fazer falta no futuro. Na próxima rodada, o desafio será contra o lanterna da competição, o Santa Cruz, domingo, no Recife.
