O Santos resolveu quebrar o silêncio sobre a polêmica transferência de Neymar ao Barcelona, fechada em maio de 2013. Em entrevista na Vila Belmiro, nesta quarta-feira, o presidente em exercício do clube, Odílio Rodrigues Filho, disse que tinha conhecimento da carta dada pelo então presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, em novembro de 2011, ao staff do jogador, autorizando o início de conversações com outros clubes.
Odílio justificou dizendo que, na época, a autorização foi uma das exigências do jogador para recusar propostas milionárias de clubes europeus e continuar na Vila Belmiro por mais tempo. As outras duas condições impostas por Neymar foram a redução da duração do contrato de fevereiro de 2015 para julho de 2014 e o aumento de 70 para 90% de sua participação nos contratos publicitários conseguidos pelo clube.
Segundo Odílio, a carta é legitima e livra o Barcelona de possível punição por aliciamento de atleta. Mas ele afirmou que jamais teve conhecimento de que o pai do jogador ou a empresa da família de Neymar tinha recebido 10 milhões de euros em 2011, dinheiro pago pelo clube espanhol para ter a “prioridade” na contratação do atacante quando ele deixasse o Santos – quando o negócio foi efetivamente fechado, em 2013, esse valor pulou para 40 milhões de euros.
“É falso (que o Santos soubesse de tudo o tempo todo). O clube nunca teve conhecimento de nenhuma negociação de Neymar com o Barcelona. Toda vez que perguntávamos ao pai do jogador, a resposta foi não. Sempre negou”, revelou o presidente em exercício do Santos.
Ele também disse que a diretoria do Santos teve o cuidado de esperar que todas as partes envolvidas se manifestassem nos últimos dias sobre a polêmica transferência, analisar tudo o que foi dito e, só então, se pronunciar. “A nossa preocupação principal é de sempre preservar o ídolo Neymar, que representa muito para o Santos”, explicou o dirigente.
Após a entrevista que deu na terça-feira, quando deu explicações sobre os valores da transferência, o pai de Neymar foi à Vila Belmiro, acompanhado de seu advogado, para atender um convite da diretoria santista. Na ocasião, ele explicou que os 40 milhões de euros que recebeu do Barcelona não se referem aos direitos econômicos do filho, mas avisou que não podia mostrar os contratos sem autorização do Barcelona, em razão de cláusulas de confidencialidade.