O Santos divulgou uma nota oficial, na tarde desta quarta-feira, na qual rebateu declarações feitas pelo volante Roberto Brum, dispensado pelo clube na última terça. De acordo com o atleta, a demissão do técnico Dorival Júnior, em setembro passado, foi decidida por empresários que detém parte dos direitos econômicos de Neymar, e não partiu da diretoria do time da Vila Belmiro, que agora acusa o atleta de ser mentiroso e ainda promete processá-lo.
Oficialmente, Dorival Júnior foi demitido por ter se negado a escalar Neymar no clássico contra o Corinthians, no Campeonato Brasileiro, quebrando um acordado que, segundo a diretoria, teria sido firmado com o treinador dias antes do confronto.
Brum, porém, disse que pesou o fato de os jogadores supostamente terem recebido ameaças de empresários, que teriam avisado que não cederiam dinheiro para pagamento de salários se Neymar não fosse escalado diante do Corinthians.
“Ameaçaram todo mundo de não ganhar salário se o Neymar não jogasse contra o Corinthians. Só que nem o presidente (Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro), nem o diretor de futebol (Pedro Luiz Nunes Conceição) queriam a demissão. A ordem veio lá de cima, de São Paulo. Ordem acima do presidente. Então está tudo errado”, afirmou Brum, em entrevista para a TV Santa Cecília, que é de propriedade da família de Marcelo Teixeira, antecessor de Luis Alvaro na presidência santista.
“O Santos repudia e lamenta as declarações mentirosas e levianas do atleta Roberto Brum reproduzidas por órgãos de imprensa, nesta quarta-feira. Nunca existiu qualquer tipo de ameaça, por parte da diretoria, de imputar sanções salariais a atletas caso Neymar não jogasse contra o Corinthians, no dia 22 de setembro de 2010”, rebateu o Santos em sua nota oficial.
Em seguida, o clube garante que a demissão do treinador foi decidida em comum acordo entre as duas partes. “A definição sobre a saída do técnico Dorival Junior foi tomada em conjunto entre a presidência, a diretoria de futebol e o próprio treinador. A rescisão foi amigável e não coube multa a qualquer uma das partes.
O Santos acionará Roberto Brum na Justiça e exigirá a retratação das inverdades proferidas”, finalizou a nota.
Brum disse que liderou, ao lado de Léo, Marquinhos e Edu Dracena, um grupo de jogadores que pediram para Luis Alvaro manter o afastamento de Neymar do clássico contra o Corinthians, pois eles defendiam que só desta forma Dorival Júnior ganharia moral e força à frente do grupo. O treinador teve a sua autoridade colocada em xeque ao ser xingado pelo jovem atacante no jogo do dia 15 de setembro, na Vila Belmiro, onde o atleta se revoltou por ter sido proibido pelo técnico de cobrar um pênalti na vitória por 4 a 2 sobre o Atlético-GO.
Por defender Dorival, Brum acabou sendo afastado da partida contra o Guarani, em Campinas, no jogo anterior ao clássico contra o Corinthians. O jogador ainda garante que, naquela ocasião, ainda sofreu ameaça de demissão e foi multado em 10% do seu salário.