Salvador de Vanderlei se diverte no Rio

Rio de Janeiro (AE) – A participação fundamental que teve na maratona dos Jogos de Atenas, em agosto, ao ajudar Vanderlei Cordeiro de Lima a se livrar do ataque do ex-padre irlandês Cornelius Horan, não rendeu frutos para o grego Polyvios Kossivas em seu país. Mas no Brasil a história foi diferente. Como pôde ser visto desde a noite de sexta-feira, quando começou sua visita ao Rio, a convite do COB, ele ganhou o carinho dos brasileiros.

"A minha vida na Grécia não mudou nada. O meu país silenciou", admitiu Polyvios Kossivas, que veio ao Brasil acompanhado por sua mulher, Ioulia, a filha, Smargda, e o vizinho George Diamantopoulo, com todas despesas pagas pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). "Talvez, quando voltar com as fotos e imagens de minha estada aqui, eles se interessem pelo que aconteceu." No dia 29 de agosto, Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a maratona olímpica, no quilômetro 36, quando foi atacado por Cornelius Horan e jogado ao chão. Diante da cena, Polyvios Kossivas pulou a corda de proteção e livrou o brasileiro dos braços do ex-padre. O cidadão grego de 53 anos ainda frisou que, por morar próximo da rua onde ocorreu o episódio, passa pelo local duas vezes por dia e, até hoje, se emociona ao lembrar da cena.

Em uma de suas brincadeiras, durante a entrevista coletiva que concedeu ontem, Polyvios Kossivas afirmou que deseja ir aos Jogos de Pequim, em 2008, para "proteger" Vanderlei Cordeiro de Lima de outro ataque. Na terça-feira, os dois se encontrarão pela primeira vez após as Olimpíadas de Atenas, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Olímpico, no Teatro Municipal do Rio.

Polyvios Kossivas também informou que na segunda-feira se reunirá com dirigentes do COB, para dar um novo depoimento sobre o episódio em Atenas. A entidade brasileira tenta obter uma medalha de ouro para Vanderlei Cordeiro Lima, que foi atrapalhado pelo ataque que sofreu e terminou a prova em terceiro lugar, atrás do norte-americano Mebrathom Keflezigui e do italiano Stefano Baldini.

O "anjo" de Vanderlei revelou já ter sido surpreendido pelas belezas brasileiras. Ao desembarcar sexta-feira, ele foi recebido com festa no aeroporto pela Confraria do Garoto – tradicional grupo de cariocas que realiza manifestações irreverentes. E ontem, se divertiu na Praia de Copacabana.

Ele ficará no País até o dia 12 e deseja conhecer os principais pontos turísticos do Rio, além de visitar a exposição sobre a vida do piloto Ayrton Senna, em um shopping de São Paulo. "Sabia que o Brasil é um país pobre, só que não estou achando", afirmou Polyvios.

E, para explicar o que achava sobre a determinação de Vanderlei Cordeiro de Lima ao continuar a maratona, Polyvios parafraseou o primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill. De acordo com ele, o inglês afirmou que "os heróis lutam como os gregos".

Ao se referir ao brasileiro, Polyvios exclamou: "Os heróis lutam como Vanderlei". E, em seguida, abriu os braços e os balançou, imitando o gesto feito pelo maratonista ao terminar a prova no Estádio Olímpico de Atenas.

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