A vitória do Atlético no clássico contra o Paraná Clube, que parecia ter levado alívio ao Rubro-Negro, serviu mesmo para trazer à tona a crise de comando pela qual passa o clube.
A demissão do técnico Geninho, ainda na noite de domingo, mas tornada pública apenas ontem cedo, evidenciou o racha na direção. O treinador teve a sua demissão imposta ao departamento de futebol, sem que o diretor de futebol Valmor Zimermann e o gerente de futebol Ocimar Bolicenho participassem da decisão.
Ao saber que estava demitido, Geninho, sem esconder a decepção e indo às lagrimas algumas vezes, apareceu ontem à tarde no CT do Caju para anunciar que deu um basta na relação com o Furacão.
“É triste, da maneira como aconteceu. Eu quero comunicar oficialmente que é minha última passagem pelo Atlético. Não é uma despedida. Isso é um adeus. Se o Atlético precisar, um dia, de alguém para socorrê-lo não conte comigo, que eu não volto. Minha passagem pelo Atlético encerrou”, desabafou Geninho.
Consternado, Zimermann também não conseguiu esconder a frustração de ter de demitir o comandante escolhido por ele, sem ao menos participar da decisão e sem saber explicar as justificativas para tal medida.
“O departamento de futebol foi encarregado de comunicar o Geninho, mas foi uma decisão de diretoria que veio pronta(…) Vocês deveriam perguntar ao presidente, porque foi decisão de diretoria com comando do presidente. Certamente, o motivo até eu não saberia dizer”, tentou explicar Valmor.
Além de lamentar a demissão na calada da noite, fato que não é novidade no Furacão – Antônio Lopes também foi demitido sem que sequer a diretoria esperasse o fim do Paranaense de 2010 -, Geninho não escondeu a mágoa com o presidente Marcos Malucelli em mandar demiti-lo sem um “muito obrigado”.
Apesar da campanha que lhe assegurou 8 vitórias, um empate, uma derrota em 10 jogos – aproveitamento de 83%. “Às vezes você sai decepcionado com algumas pessoas que ajudou quando elas precisavam e agora não tiveram o mesmo comportamento em relação a você. Pessoas que te tratavam de um jeito e depois começam a te tratar de outro”, afirmou o treinador.
Diante da situação criada com a demissão de Geninho, Valmor Zimermann também está próximo de deixar o CT do Caju, tamanha a decepção estampada no semblante do dirigente.
“Até achamos que [Geninho] estava em um momento bom, o time crescendo. Eu pretendia no final do ano passado encerrar minha participação no Atlético e agora, certamente, neste ano vou encerrar”, frisou o dirigente.