Rio de Janeiro – Nunca uma comissão técnica da seleção brasileira gozou de tanto prestígio junto ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, como a atual. O respeito e a confiança do dirigente com o técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador-técnico Zagallo são inquestionáveis, mas, ontem, essa relação sofreu o primeiro abalo. O motivo foi a disputa da Copa América do Peru, entre os dias 6 e 25 de julho.

O presidente da CBF foi incisivo ao afirmar que a seleção contará com sua “força máxima” na Copa América para o Brasil assegurar sua hegemonia no continente americano. Já Parreira frisou que seu único objetivo é a disputa das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. “Vamos ganhar a Copa América e este é o nosso objetivo. Temos que ganhar e já falei isso com ele (Parreira)”, disse o presidente da CBF.

O principal empecilho para reunir as “estrelas” da seleção é que a competição coincidirá com o final de temporada na Europa e o início das férias dos jogadores. “Das outras vezes nós não fizemos força para convocar e sempre liberávamos. Agora será diferente.”

Moeda

Já Parreira foi categórico ao afirmar que a Copa América será uma “conseqüência” do trabalho realizado para as eliminatórias. De acordo com o treinador, que tem encontrado dificuldades para reunir a base da seleção, formada por atletas que atuam por equipes estrangeiras, o período que passaria junto com o time durante a disputa continental poderá não ser compensador. “O mais importante é a nossa classificação para a Copa do Mundo e é esta a minha preocupação. Se ganharmos a Copa América será uma conseqüência”, argumentou Parreira, durante a cerimônia de lançamento das moedas brasileiras comemorativas ao centenário da Fifa, na representação do Banco Central, no centro do Rio. “Isso tudo será visto a seu tempo. De que adianta ter os jogadores em final de temporada? De que adianta privá-los de suas férias?”

Para Parreira, levar todos os principais jogadores brasileiros para a Copa América poderia caracterizar um erro, porque eles precisam tirar férias. Principalmente, porque já estarão atuando pelas eliminatórias, contra a Bolívia, dia 5 de setembro, e a Venezuela, dia 10 de outubro.

Kaká

Parreira usou o meia Kaká, do Milan, para exemplificar o momento vivido pelo meia Diego e o atacante Robinho. De acordo com o treinador, o ex-jogador do São Paulo atingiu a maturidade necessária para estar na seleção brasileira e o mesmo ocorrerá com os atletas santistas. “O Kaká hoje é um jogador íntegro, centrado e equilibrado, mas isto levou quatro anos, porque comecei a falar dele em 2000”, lembrou Parreira. “Chegou no Milan e tomou conta do time em apenas um mês.”

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