“O Campeonato Paranaense é fraco”. “Não somos boa vitrine para os jogadores”. “O torneio é desorganizado”. “O regulamento é horrível”. “Só o Paraná para ter o supermando”.
Todas as frases acima são corretas, e são repetidas por aí por torcedores, jogadores, dirigentes e jornalistas. Infelizmente, o Campeonato Paranaense, que começa no próximo final de semana, é um dos mais desorganizados do País, “prêmio” que pode ser repartido entre a gestão interminável (que enfim terminou) de Onaireves Moura e a de Hélio Cury, responsável pela criação do esdrúxulo supermando, que nem a própria Federação Paranaense de Futebol conseguiu corrigir.
E a poucos dias do início, não se sabe ao certo o nome dos 14 participantes – o Arapongas ainda pleiteia a vaga do Operário no tapetão. Mas, mesmo assim, é o nosso campeonato. É como aquela história – meu filho tem problemas, tem defeitos, mas é o meu filho.
E é com o Paranaense que vamos movimentar o futebol do Estado nos próximos três meses, preparando nossos times para os desafios da Copa do Brasil e do Brasileiros.
Em primeira análise, o Estadual-2010 é quase um “Atlético contra a rapa”. Enquanto os times do interior claudicam e Paraná Clube e Coritiba sofrem com a falta de dinheiro, o Furacão surge como o favorito destacado para a conquista do título – no caso, o bicampeonato.
Mesmo sem fazer grandes contratações, o que preocupa a torcida, o Atlético vem com a base que recuperou o time na reta final do Brasileiro do ano passado. No Coritiba, também com o mesmo técnico do final de 2009 – Ney Franco -, a ordem é exorcizar os fantasmas do rebaixamento para a Série B nacional.
O clube ainda não se recuperou, e a cada momento surge um incêndio para ser controlado. O maior deles dilacerou o cofre coxa, que perdeu muito dinheiro, sem contar com a interdição do estádio Couto Pereira.
Já o Paraná Clube repete a dose dos últimos Estaduais. Um monte de contratações, algumas apostas da diretoria e do técnico de plantão, agora Marcelo Oliveira. A confiança da torcida está no trabalho de Aramis Tissot, primeiro presidente da história do clube, e hoje vice de futebol.
Nas equipes do interior, muitas dificuldades, mas boas notícias. O Operário retorna à primeira divisão, para a alegria dos pontagrossenses – embora o time não saiba se poderá estrear na cidade, por conta de obras inacabadas no Germano Krüger.
O Serrano, novidade vinda de Prudentópolis, terá o veteraníssimo Renaldo como atração. Cascavel e Toledo tentam dar força ao futebol do Oeste. O Rio Branco quer se redimir da péssima campanha do ano passado. Cianorte e Nacional são incógnitas. E Iraty e Corinthians Paranaense podem surpreender, como no ano passado.
Pode parecer muito pouco para um campeonato. Ainda mais se comparado com os defeitos, principalmente com o supermando que virou chacota em todo o País. Mas, querendo ou não, é o nosso campeonato. E vai começar no sábado. Que vença o melhor.