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Rúgbi do Brasil desafia crise, aumenta receita e vê esporte crescer no País

A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) conta atualmente com 16 patrocinadores e saiu de uma arrecadação de R$ 6,9 milhões em 2014 para R$ 10,3 milhões em 2017 só com os recursos recebidos desses parceiros. Os números chamam atenção em um momento de retração do dinheiro no esporte, ainda mais depois dos Jogos do Rio-16, quando muitas empresas diminuíram ou mudaram o foco de seus investimentos.

Numa comparação com outras confederações tradicionais, a CBRu fechou o ano passado com 13 patrocinadores, contra dez da CBF (futebol), oito da CBV (vôlei) e cinco da CBJ (judô). Claro que os valores são menores, até porque o rúgbi ainda é uma modalidade que tenta se popularizar no País. Mas a entidade conseguiu aumentar seus recursos em um momento em que todas as outras tiveram cortes significativos de verbas.

“A CBRu se tornou exceção principalmente por ter conseguido atrair um número importante de patrocinadores privados. Apesar dos valores no entorno da modalidade ainda serem modestos em relação a outros esportes mais populares e tradicionais, certamente o processo de gestão a longo prazo cria uma base sólida e estável para um contínuo crescimento do rúgbi no Brasil e a longo prazo”, explicou Danyel Braga, gerente sênior de patrocínios da CSM Golden Goal, agência responsável pela gestão de ativações de patrocínios da CBRu.

Obviamente a confederação também passou por dificuldades no ano passado, mesmo aumentando suas receitas. Precisou promover cortes de gastos e teve de renegociar pagamentos com alguns fornecedores. “Tivemos atrasos no recebimento de patrocínios e isso atrapalhou um pouco. Mas, como sempre fazemos, fomos transparentes, sentamos com todos, conversamos e em fevereiro quitamos tudo”, comentou Agustín Danza, CEO da CBRu.

Esse é um dos pontos que pesam a favor da entidade na hora de apertar a mão de novos parceiros: na relação, sempre existe o retorno de como estão sendo as coisas, com relatórios minuciosos sobre como foram usados os investimentos, por exemplo. Por trás está um projeto de longo prazo de tornar a modalidade forte na terra do futebol.

Não à toa, empresas como Bradesco, Correios, Heineken e Accor Hotels, entre outras, colocam dinheiro no rúgbi hoje.

“A figura do mecenas, que doa o seu dinheiro sem necessariamente receber nada em troca, está em extinção. As empresas passaram a ver o patrocínio como investimento que tem de fazer sentido para sua estratégia, seja dentro do plano de comunicação, responsabilidade social ou vendas”, disse Braga.

Neste ano, o Mercado Livre resolveu investir no rúgbi e a entidade deve trocar seu fornecedor de material esportivo. Três empresas estão negociando para substituir a Topper, que já se comprometeu a bancar os uniformes até o fim do ano, se necessário. “O fato de a CBRu ter uma estrutura organizacional profissional, com processos claros de trabalho, transparência e eficiência na utilização de recursos, gera credibilidade que a faz se destacar e convencer os patrocinadores com facilidade”, diz Braga.

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