A liberdade não tem preço. Por isso, logo que assumiu o Atlético, o treinador Leandro Niehues tratou de acabar com qualquer laço de submissão exagerada entre jogadores e comissão técnica. Apesar de todo trabalho de estudo dos adversários, o substituto de Antônio Lopes sempre fez questão de dizer: “até podemos treinar menos, desde que a gente possa conversar mais”.
Foi o que devolveu o bom astral ao Atlético, evitando velhos clichês presentes no Furacão do início da competição. Palavras de vestiário, mesmo nas derrotas e empates, como “jogamos bem”, “faltou detalhes”, “o professor Lopes vai corrigir os erros”.
Com a autoridade de um treinador que assume as derrotas e prefere dizer que “a vitória é dos jogadores”, surge aí o “Furacão Niehues’. Um Furacão diferenciado, que ao invés de devastar e reprimir consegue libertar, verbo muito utilizado pelos jogadores no fim dos últimos jogos.
Dessa vez, contra o Cascavel, os jogadores voltaram a agradecer a liberdade conquistada diante do treinador sem perder a disciplina tática. Como disse o goleador Bruno Mineiro, “o time agora pode jogar mais solto, com um dedo do Leandro”.
O argentino Javier Toledo, depois de fazer sua melhor partida pelo Furacão, também voltou a falar do treinador. Para isso, recordou do momento de chegada no Atlético e da necessidade de adaptação aos treinamentos. “Falei para “el profe’ que necessitava fazer um trabalho muito forte, pois nos Emirados Árabes não se trabalhava como aqui”, contou, explicando a evolução durante o torneio.
O meia Netinho, agora atuando como 2o volante, comentou sua nova função. “Todos reclamavam muito do chutão. Leandro está conseguindo fazer com que a gente comece a saída de jogo em alto nível”.
Falando da goleada, novamente com a alegria de quem balançou as redes, Rhodolfo, o zagueiro matador, resume o novo jeito de jogar do Rubro-Negro de Niehues: “O professor Leandro deu confiança. Não importa o adversário, podemos ir pra cima”.
