Rubinho entra pra história de Monza

Os ‘tifosi’, tal como esperavam, puderam comemorar ontem em Monza, com a vitória de Rubens Barrichello à frente de Michael Schumacher, a sétima dobradinha Ferrari da temporada, no Grande Prêmio da Itália, 15.ª das 17 corridas do campeonato mundial de Fórmula 1.

Mal terminada a corrida, uma maré humana vestida de vermelho, com as bandeiras com o famoso “cavalinno rampante”, invadiu a pista para se aproximar do pódio e poder admirar seus heróis.

Do alto do pódio, Barrichello e Schumacher contemplavam com emoção a multidão. Assim como Eddie Irvine (Jaguar) o convidado surpresa, ele mesmo um ex-piloto da Ferrari. “Viver uma experiência como esta é realmente um momento inesquecível”, comentou Rubinho.

Poucos minutos antes, os dois carros da Ferrari tinham dado a volta de honra lado a lado, enquanto os ‘tifosi’ comemoravam ruidosamente.

Barrichello mal desceu do carro e foi abraçar todos e compartilhar a glória de ter inscrito seu nome no circuito italiano, a quarta vitória de sua carreira e a terceira da temporada.

Apesar da confiança manifestada pela “orquestra vermelha” dirigida pelo francês Jean Todt, os ‘tifosi’ temiam que os Williams-BMW arruinassem sua festa. Uma “pole position” recorde do colombiano Juan Pablo Montoya, um Williams desencadeado por um motor BMW de potência impressionante, a ameaça parecia temível, mas rapidamente se desvaneceu em fumaça.

Ralf Schumacher, que saiu em primeiro lugar, renunciou na quarta volta, vítima do V10 de seu carro. Uma volta mais tarde, Montoya cedia aos ataques de Barrichello e depois de Michael Schumacher, antes de se ver obrigado a abandonar (volta 33).

Corridas seis voltas, os dois carros vermelhos encabeçavam o grupo para uma nova cavalgada solitária.

Mas desta vez Schumacher deixou que Barrichello brilhasse. O brasileiro tinha partido com uma estratégia de dois reabastecimentos, contra um só do pentacampeão mundial. Liberado da ameaça Williams, o alemão colaborou para que Barrichello se assegurasse um pouco mais o vice-campeonato de pilotos.

Assim, contrariamente aos seus hábitos, Michael Schumacher não forçou o ritmo das voltas precedentes à sua única entrada nos ‘boxes’, nem tampouco o fez quando o brasileiro, após seu segundo reabastecimento, entrou na pista justamente diante do Ferrari número um.

Com os Ferrari rendendo plenamente, os dois pilotos decidiram adotar um ritmo de cruzador e deixaram que alguns retardatários se adiantassem. “Ross Brawn (o diretor-técnico) me gritava no rádio: ‘com prudência! com prudência!’, quando Fisichella e Coulthard brigavam pelo sétimo lugar. Então levantei o pé e os deixei seguir em sua luta”, explicou Barrichello.

Com os Williams eliminados, assim como Kimi Raikkonen (McLaren-Mercedes) e David Coulthard, Irvine aproveitou para ocupar o terceiro lugar, à frente dos Renault de Jarno Trulli e Jenson Button, enquanto o BAR-Honda de Olivier Panis ganhava o último ponto.

Os ‘tifosi’ contentes, Barrichello vitorioso e Michael Schumacher com um novo recorde, o de pontos marcados numa temporada, que ele mesmo havia registrado em 2001 (123), com 128, na espera de outras conquistas, nos Estados Unidos dentro de duas semanas em Indianápolis.

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