Fazia cinco anos que Rubens Barrichello não vencia uma corrida. Fazia cinco anos que não fazia uma corrida tão boa. Domingo, fez.
Como único representante do Brasil no GP da Europa, em Valência, ganhou pela décima vez na carreira, a primeira desde 2004, na China, quando ainda era piloto da Ferrari.
E escreveu um capítulo bonito na história do país na categoria: foi a 100ª vitória brasileira na F-1. Conquistada com estilo, inteligência e precisão.
Toda a emoção que Barrichello mostrou depois da corrida, chorando pelo rádio, dançando no pódio, dedicando o resultado a Felipe Massa e “aos Barrichellos, Giaffones, Silvas, ao pessoal do kart, da F-Ford, da F-Opel”, numa retrospectiva-relâmpago de uma carreira que está perto do fim, ele deixou de lado na pista.
Barrichello foi frio e calculista, para usar uma expressão batida. Classificou-se com o carro 9 kg mais pesado que a dupla da primeira fila, Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen.
Preferiu largar um pouco atrás para fazer seu primeiro pit stop depois dos rivais. Funcionou muito bem.
Hamilton, o líder, parou na volta 16; Kovalainen, segundo colocado, na 17ª. Rubens, na 20ª.
Nessa primeira bateria, o finlandês ficou para trás. Faltava Hamilton. O segundo trecho da corrida foi o pulo do gato para o brasileiro da Brawn. Quando o inglês foi chamado para os boxes na volta 37, tinha apenas 3s6 de vantagem para Barrichello. Então, Rubens encaixou uma sequência de três voltas muito boas até sua parada, na 40ª.
Voltou na frente e lá se manteve até o fim. Como lhe disse pelo rádio o chefe Ross Brawn, “foi como nos velhos tempos’. Não haverá muito tempo para comemorar, porém. Domingo que vem tem corrida de novo, na Bélgica.