São Paulo – É a maior chance de ganhar uma corrida no Brasil. Mas ela não será dada de presente por Michael Schumacher. “Quem pensa isso, acredita em Papai Noel.” Foi assim que Rubens Barrichello procurou ontem descartar qualquer esperança de ajuda de seu companheiro de equipe para vencer, domingo, a última etapa do Mundial de Fórmula 1.
Faz dez anos que nenhum piloto brasileiro consegue pontuar em Interlagos. A última vez foi em 1994, com o próprio Barrichello, quarto colocado com a Jordan. Vitória caseira é lembrança ainda mais distante: 1993, com Senna. “Se chegou a minha vez ou não, só Deus sabe”, falou o piloto da Ferrari. “Mas o momento é muito bom, depois das vitórias na Itália e na China. O moral subiu.”
Rubens fez ontem, em evento marcado pela Bridgestone, sua segunda aparição pública na semana que antecede o GP do Brasil. Segunda-feira esteve no autódromo com o filho Eduardo, de três anos, achando que não encontraria ninguém. Deu de cara com vários jornalistas e foi obrigado a conceder a primeira entrevista.
O excesso de atividades não incomoda Barrichello. “Jogar em casa sempre é bom”, diz.
Para o piloto, o torcedor que for a Interlagos domingo deve ter em mente que Schumacher não vai lhe dar moleza alguma. “Ele vem para cá para melhorar ainda mais os números de sua carreira maravilhosa”, elogiou. Michael venceu quatro vezes no Brasil, duas pela Benetton (1994 e 1995) e duas pela Ferrari (2000 e 2002). Neste ano foram 13 vitórias em 17 corridas.
Ganhar a corrida daquele que foi praticamente o quintal de sua casa foi novamente descrito como “realização de um sonho” por Barrichello. Mas ele não pensa só nisso. O brasileiro acha que nunca esteve tão pronto para ser campeão quanto hoje. “Ganhei meu espaço na Ferrari. Depois dos títulos deste ano, a equipe relaxou um pouco e passei a ter mais apoio, o que me ajudou muito. A luta agora é para que nos próximos dois anos seja assim desde o início.”
O que não deve ser entendido como uma crítica ao time, algo que Rubens evita fazer publicamente. “Tenho o mesmo equipamento, o mesmo motor, tudo. Nunca me escondem nada, os acertos do Michael, os pneus que ele escolhe. Hoje em dia tenho um tratamento VIP da Ferrari”, concluiu.
Buttongate
Williams e BAR serão informadas simultaneamente hoje pelo CRB (Contract Recognition Board), o órgão da FIA que analisa contratos entre pilotos e equipes, do resultado da audiência de sábado passado que decidirá o futuro de Jenson Button. A BAR tinha exercido a opção sobre seu contrato para 2005, mas ao mesmo tempo ele assinou com a Williams.
