Pode ser até uma imprecisão jornalística, já que, ao que parece, a medida é anterior ao início da temporada e já estava valendo em Melbourne. Mas, pelo menos oficialmente, na madrugada deste domingo, Michael Schumacher e Rubens Barrichello fazem, na Malásia, seu primeiro duelo com liberdade de expressão desde que a dupla foi formada na Ferrari, em 2000.
Só ontem, em Sepang, que a equipe falou claramente sobre a situação de seus dois pilotos na pista que vai perdurar até o GP dos EUA, prova que marca a metade da temporada. A revista italiana Autosprint revelou a informação e o diretor Ross Brawn admitiu sua veracidade: “Eles vão disputar, mas com responsabilidade e sensibilidade”, disse o dirigente. Depois da corrida de Indianápolis, quem estiver melhor na classificação passa a ter prioridade.
A revista insinua que Barrichello fez essa exigência, de poder correr contra Schumacher sem se preocupar com o fato de ser segundo piloto, para renovar seu contrato com o time de Maranello. Rubens deu sinais de que isso é verdade ao classificar de “inéditas” suas chances de ser campeão, em entrevista coletiva na quinta-feira.
A Ferrari teria concordado, entre outras coisas, para manter elevada a motivação de Schumacher ? que parece em dia, a julgar pelo resultado do GP da Austrália. Lá mesmo, depois de fazer a pole, a melhor volta e vencer de ponta a ponta, o alemão deu outra pista sobre a mudança de política interna, ao colocar Rubens como seu principal adversário na luta pelo título, algo que nunca havia feito antes.
A equipe não parece muito à vontade com a liberação. “É mais difícil ser campeão do mundo dessa forma, mas não impossível”, falou Brawn, antecipando que não vai admitir falta de civilidade de seus pilotos. “Aqui não é assim”, continuou, quando um repórter mencionou a situação vivida na Williams com Ralf e Montoya, que se batem com frequência na pista e se agridem verbalmente pela imprensa. “Nossos pilotos são de alto nível e sabem seus limites.”
Barrichello disse que o novo momento que vive na Ferrari é uma “evolução natural”, depois de quatro anos no mesmo endereço. “Só o pensamento de saber que estou brigando por vitória é legal. Minha maior chance de ser campeão é neste ano”, afirmou.
O GP da Malásia começa às 4h de Brasília e terá 56 voltas. O grid seria definido na madrugada de hoje. O treino tinha previsão de encerramento por volta das 5h, após o fechamento desta edição. Na sexta, Kimi Raikkonen, da McLaren, foi o mais rápido nos treinos livres.
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