O piloto italiano Valentino Rossi, seis vezes campeão da MotoGP, criticou nesta quarta-feira a elitização pela qual a categoria passou nos últimos anos, resultado numa redução do grid e na queda de rendimento das equipes que não são oficiais de fábrica.
“Nossas motos são sofisticadas demais, e poucos fabricantes podem construí-las, e assim poucas equipes podem comprá-las de forma independente”, disse o italiano, em entrevista à revista britânica Autosport. “A diferença entre as equipes de fábrica e as privadas é cada vez maior.”
Rossi, que corre pela Yamaha, defendeu inclusive que suas próprias motos, dos anos anteriores, possam ser revendidas a equipes menores a um custo razoável. “Elas poderiam ser vendidas e dar espaço a dois novos pilotos, em vez de serem esmagadas numa prensa”, disse.
A última vitória de uma equipe independente na MotoGP foi em 2006, com Toni Elias, que venceu a etapa de Portugal com uma Honda da equipe Gresini. “Chegamos a um nível muito alto, e dessa forma fica difícil ter um grid razoável. Precisávamos de pelo menos 24 pilotos”, disse Rossi.
Neste ano, a Kawasaki já anunciou a saída da MotoGP, por causa da crise financeira, e depois recuou, prometendo cedeu uma moto ao italiano Marco Melandri, que já tinha contrato com a empresa. Por enquanto, há apenas 18 pilotos confirmados, numa categoria que premia os 15 melhores colocados de cada prova. “A situação da economia é ruim e não podemos fingir que nada está acontecendo”, concluiu o campeão.