O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, reiterou nesta terça-feira que Neymar custou 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões) ao clube espanhol, conforme foi oficializado após a contratação do atacante junto ao Santos, em junho. A aquisição do astro virou alvo de investigação da Justiça espanhola, que apura se houve ocultação de valores por meio de contratos ilegais.
A confusão sobre o acordo entre os clubes começou quando Jordi Cases, sócio do Barça, entrou com uma ação na Justiça alegando que a transferência foi bem mais cara do que a anunciada oficialmente, enquanto o jornal espanhol El Mundo publicou na última segunda-feira que a contratação custou 95 milhões de euros (aproximadamente R$ 300 milhões). Um juiz já pediu ao clube que apresente o contrato do astro e outros documentos.
Apesar de todas as suspeitas, Rosell assegurou nesta terça: “Primeiro, uma reafirmação de que Neymar custou 57,1 milhões de euros e ponto. Pela enésima vez. Segundo, faço um pedido com todo meu respeito ao senhor juiz para que aceite o trâmite da queixa e me convoque a depôr”.
Em seguida, o dirigente garantiu que “não há nada a esconder” nos contratos envolvendo Neymar e que “tudo é legal e impecável”, assim como enfatizou que “o Barça é mil por cento transparente em tudo o que diz”.
De acordo com a reportagem publicada na última segunda-feira pelo diário El Mundo, o Barça pagou comissões secretas à família de Neymar para que o jogador optasse pelo clube catalão ao deixar o Santos.
Documentos da Justiça espanhola obtidos pela reportagem do El Mundo confirmam que os promotores locais suspeitam de “indícios de delitos” nos contratos entre o atacante, a empresa de seu pai e Rosell. Teoricamente, 40 milhões de euros (R$ 126 milhões) foram pagos à empresa do pai do atleta e outros 17 milhões de euros (R$ 53 milhões) para o Santos. A Audiência Nacional Espanhola, porém, exigiu do Barça as cópias dos contratos.
Nos supostos contratos secretos estariam 8,5 milhões de euros (R$ 26 milhões) que iriam para o pai de Neymar e outros 10 milhões de euros (R$ 31,6 milhões). O Barcelona ainda teria pago 7,9 milhões para reservar eventuais promessas que surgissem no Santos e mais 9 milhões de euros para jogar um amistoso contra o clube. A essa conta ainda deveriam ser somadas comissões para a realização de projetos sociais nas favelas, num valor de 2,5 milhões de euros. Outros 2 milhões seriam usados para buscar novos craques no Brasil, além de 4 milhões de euros (cerca de R$ 12 milhões) para atrair investidores brasileiros. Desse valor, outros 5% de comissão ao pai de Neymar mais uma vez seriam adicionados.