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Rosberg e Hamilton têm suas vidas atreladas desde os tempos das provas de kart

Em 2000, dois adolescentes companheiros de equipe no kart jantavam juntos durante um fim de semana de prova. Quase em um delírio juvenil, a dupla brincou que futuramente se encontraria na Fórmula 1 para novamente serem colegas e, quem sabe, disputar um título mundial. A previsão foi certeira.

Pela terceira temporada seguida, o alemão Nico Rosberg e o inglês Lewis Hamilton, ambos da Mercedes, disputam o título mundial da categoria mais importante do automobilismo mundial. A vantagem é do piloto alemão, vice-campeão em 2014 e 2015, e autor do relato do início do texto com exclusividade ao jornal O Estado de S.Paulo.

“Conheço o Lewis desde os 13 anos. É tanto tempo que parece que sempre fomos companheiros de equipe”, disse Rosberg, que pode repetir o feito do pai, o finlandês Keke Rosberg, vencedor da temporada de 1982. Se concretizar a conquista neste domingo, em Interlagos, será o segundo caso de pai e filho campeões na Fórmula 1. O primeiro foi dos britânicos Graham e Damon Hill.

As coincidências nas biografias dos rivais começaram no ano do nascimento de ambos, 1985, e se estendem ao endereço onde moram. Os pilotos da Mercedes vivem no mesmo prédio em Mônaco. Entre o kart e a chegada à Fórmula 1, os dois tiveram trajetórias parecidas. O alemão ganhou o campeonato local de Fórmula BMW em 2002. O inglês alcançou façanha similar no ano seguinte, ao conquistar a Fórmula 3 Britânica. Em 2005, Rosberg festejou a última categoria de acesso à F-1, a GP2, vencida na sequência pelo inglês.

O caminho natural das carreiras os levou para a principal categoria do automobilismo quase juntos. O atual líder do Mundial estreou em 2006, pela Williams. Hamilton veio no ano posterior, ao ganhar espaço na McLaren, escuderia na qual integrou o programa de formação de pilotos desde 1998.

A dupla se encontrou na Mercedes na temporada de 2013 e, como os dois têm contrato com a equipe até 2018, eles vão continuar com as respectivas biografias atreladas às disputas nas pistas um contra o outro.

O convívio entre os pilotos não é mais tão inocente como na época do kart. Os concorrentes tiveram momentos complicados e de rivalidade acirrada nas corridas, como em duas ocasiões neste ano. Na Espanha, colidiram entre si na primeira volta e abandonaram a prova. Na Áustria, o toque foi na volta final, com o alemão prejudicado, pois perdeu a liderança para Lewis e chegou em quarto. A chefia da Mercedes chegou a recomendar aos dois mais cuidado para que não prejudicassem o campeonato de construtores.

Para evitar o título de Rosberg em São Paulo, Lewis não descarta novos conflitos em Interlagos. “Estamos aqui para competir firme. Quero ganhar pela primeira vez em Interlagos e não tenho nada a perder na corrida”, avisou o inglês.

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