São Paulo (AE) – Ronaldo jogou poucas partidas desde a derrota com a seleção brasileira na Copa da Alemanha. Fez poucos gols, ganhou poucos jogos. Mas apareceu muito na televisão, nos jornais, nas revistas, nos sites de internet nos últimos meses. Seu fenomenal talento de ser destaque na mídia internacional parece seguir intacto.

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Aos 30 anos, o atacante é mais uma vez o principal nome do mercado europeu. O interesse do Milan em contratá-lo toma conta das manchetes esportivas na Itália e na Espanha. O negócio tem tudo para ser fechado nos próximos dias. Os italianos o querem para agitar o time, que anda sonolento. O Real Madrid não o quer mais. Fabio Capello contou aos dirigentes, há cerca de 10 dias, não ter mais intenção de utilizá-lo. Acha que Ronaldo deixou de ser profissional exemplar, por descuidar da forma e ser assíduo nas baladas madrilenhas.

Se o negócio for fechado, todos sairão ganhando, principalmente os patrocinadores do jogador. A semana que vem terá overdose do craque, não mais um fenômeno com a bola, mas ainda um fenômeno de marketing. Italianos e espanhóis não chegaram a acordo neste semana, mas acreditam em final feliz. O Milan oferece 4 milhões de euros para levá-lo. O Real quer 8 milhões de euros. O Al-Ittihad, da Arábia Saudita, é outro interessado, mas não entusiasma o atacante e seu staff no momento.

Caso vá mesmo para o clube milanês, Ronaldo ficará com os 11 milhões de euros que recebe anualmente dos contratos publicitários. Hoje, no Real Madrid, destina 50% do valor ao clube. O salário será inferior. Mas na relação custo/benefício irá lucrar. A grande questão hoje é saber quais as reais ambições do atleta dentro de campo.

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De uma coisa, porém, ninguém duvida: Ronaldo tem incrível poder de superação, de mudar tendências, de derrubar apostadores, desde o início da carreira. Em 98, no auge, apesar de alguns problemas físicos, foi bem no mundial da França e teve importante papel no vice-campeonato com a seleção de Zagallo. O pior momento ocorreria quase dois anos mais tarde, em 12 de abril de 2000, quando sofreu a terceira e mais séria contusão no joelho direito, durante jogo entre Inter, seu time na época, e Lazio. Mas, em 2002, conquistou o título mundial com a seleção brasileira na Ásia, além de ter terminado a competição como artilheiro, com 8 gols.

A transferência do craque da Inter de Milão para o Real Madrid, após a Copa, por cerca de 45 milhões de euros, foi o assunto mais comentado no planeta futebol. Os torcedores italianos o chamaram de traidor e os espanhóis o receberam com grande festa.

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Festa, aliás, tornou-se palavra obrigatória em seu dicionário. Com muito dinheiro, títulos, fama e 26 anos de idade, o Fenômeno relaxou um pouco na Espanha, e passou a aparecer demais em colunas sociais. O casamento com Daniela Cicarelli causou mais repercussão do que os gols pelo Real. A grande missão das revistas de fofoca é descobrir se a dentista carioca Erika Abreu é realmente sua namorada.

Ronaldo passou a ser uma aposta, não mais uma certeza. Mas ainda está longe de ser veterano. E, se perder o gosto pela noite e recuperar o fanatismo pelo gol, pode voltar a brilhar. E (por que não?) ainda pensar em seleção.