Ronaldo quer levar Rivaldo para o Real

Madri – A entrevista de Rivaldo publicada ontem pela Agência Estado teve repercussão imediata na Itália. Sites e programas de tevê dedicaram grande espaço às declarações do craque dizendo que se sente humilhado com sua situação no Milan e falando de seu relacionamento com o técnico Carlo Ancelotti. E aumentaram os rumores sobre a possibilidade de ele deixar o clube no final do ano. Na Itália, fala-se que o Manchester United está interessado em contratá-lo. Na Espanha, Ronaldo aproveitou a presença de Rivaldo em sua festa de aniversário e fez a seguinte declaração. “Se o Milan não te quer mais, falo com o presidente e ele te traz para o Real Madrid.”

Ontem foi dia de folga para os jogadores do Milan e ninguém do clube se manifestou sobre as declarações de Rivaldo. Hoje, quando ele voltar a Milão e o time se reapresentar, a situação deve esquentar. Ele deixou a imprensa italiana em polvorosa ao declarar para a Agência Estado que “na hora certa” todos vão saber o verdadeiro motivo de não estar jogando.

Domingo, depois do jogo contra o Perugia, Ancelotti deu enésima declaração politicamente correta sobre a situação de Rivaldo, que não agüenta ficar na reserva sem ter chance de jogar. “A concorrência é sempre grande num clube como o Milan, mas Rivaldo terá sua chance de jogar. Ele é um rapaz muito humilde e merece ser ajudado. Tenho certeza de que ele voltará a ser um protagonista.”

Mas segundo o jogador, o que Ancelotti fala não se escreve. Pelo menos no que diz respeito à sua situação. Rivaldo conta que duas vezes o treinador disse que ia escalá-lo e acabou não cumprindo o prometido. A primeira foi no final da temporada passada, quando lhe disse que seria reserva no jogo de ida das semifinais da Liga dos Campeões contra a Inter, mas jogaria a segunda partida. A segunda foi há poucos dias. “Quando estávamos no vestiário em Ancona, antes do jogo de estréia no campeonato italiano, ele veio falar comigo. Disse que eu ficaria no banco porque em seguida ia viajar para jogar pela seleção brasileira e que na volta ele me daria descanso no jogo contra o Bologna e me escalaria para jogar contra o Ajax pela Liga dos Campeões. Chegamos em Milão numa sexta-feira e eu e o Kaká não fomos convocados para enfrentar o Bologna no dia seguinte. Só que chegou na terça-feira e ele me deixou no banco o tempo todo.”

Rivaldo disse que é fácil saber quando o técnico vai escalá-lo. “Se pensa em me aproveitar, ele me cumprimenta e dá bom dia. Quando não vou jogar, ele passa a semana sem falar comigo. Além disso, nos treinos ele incentiva todo mundo, mas não a mim. Quando algum reserva faz uma boa jogada, ele fala ?bravo, é assim que eu gosto?. Se sou eu que faço, ele não diz nada.”

Ele também está chateado com o que considera uma campanha para que seu lugar na seleção seja ocupado por Kaká, Alex ou Diego. “Comigo, é sempre assim. As pessoas se esquecem logo do que eu faço pela seleção e ficam me criticando. Sei que existe muita pressão em cima do Parreira para ele não me chamar e vou entender se ele me deixar fora caso eu não esteja jogando, mas não vou renunciar à seleção. Enquanto o Parreira confiar em mim, vou estar lá. E tem mais: sei que não fui o Rivaldo da Copa contra Colômbia e Equador, mas não fui tão mal para me criticarem.”

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