O atacante Ronaldo saiu do Cruzeiro em junho de 1994. Mas ainda hoje rende dividendos. O clube mineiro receberá em breve US$ 350 mil do Real Madrid, por ter participado do período de formação do craque. São Cristóvão, PSV Eindhoven e Barcelona, times pelos quais ele passou, antes de jogar na Inter de Milão, também têm direito a ressarcimento financeiro.
Esses quatro clubes não estão comprando briga com o Real. Na verdade, apenas se valem de resolução da Fifa, em vigor desde setembro de 2001, que prevê pagamento adicional para quem participou da fase de “desenvolvimento” de um atleta profissional – que vai dos 12 aos 23 anos de idade.
O Real Madrid entra na história por ter sido o último a investir em Ronaldo – em torno de US$ 45 milhões. A Inter, que contratou o atacante do Barcelona em 1997, quando estava com 21 anos, não recebe nada, porque seu lucro veio na transferência ocorrida em agosto de 2002.
Cruzeiro e São Cristóvão não perderam tempo e desde outubro do ano passado pleiteiam sua parte – proporcional ao tempo em que tiveram Ronaldo no elenco. O pedido foi encaminhado ao Real por meio de CBF e Fifa e conta com assessoria de escritório de advocacia especializado em transações internacionais.
“Não há polêmica nem briga”, atesta Ivandro Sanchez, da Machado Meyer Sendacz Opice Advogados, escritório que cuida do caso. “O Real aceita os valores propostos. A pendência é a forma de pagamento.” O Cruzeiro quer o dinheiro à vista; os espanhóis sugerem parcelamento. O São Cristóvao espera um pouco mais – em torno de US$ 400 mil. Em prestações ou em cash, é dinheiro bem-vindo.